Televisão

10 momentos épicos (e bizarros) que marcaram a televisão portuguesa em 2022

O humorista Miguel Lambertini salienta pérolas de Fernando Mendes, Bruno de Carvalho, António Costa ou Cristiano Ronaldo.
Há vários momentos que vale a pena rever.

Apesar de parecer que teve 4365 dias, o ano de 2022 finalmente chegou ao fim. Por isso, chegou também o momento de fazer aquilo que é hábito nesta altura — e não, não é comprar uma peça de roupa interior azul para usar na noite de Passagem de Ano, para não dar azar, porque não vivemos em 1822 — mas sim um balanço dos melhores momentos de televisão deste ano. E não são muitos, e não são poucos, não é? Bastantes.

Momento “Fast and Mendes” 

O “Preço Certo” tem sido um dos programas mais pródigos na criação de momentos épicos de televisão. Só neste resumo do ano de 2022 poderiam caber aqui três ou quatro, mas optei por este, logo do início de janeiro, em que Fernando Mendes conduz uma scooter elétrica pelo estúdio da mesma forma que eu quando estou a jogar GTA na PlayStation. Um verdadeiro “xetááácule”.

Momento “Eu é mais bolos”

Quando a ficção supera a realidade acontecem momentos deliciosos como este. Um investigador da Universidade do Minho foi convidado para falar na CNN sobre Ciência Política, mas o pivô do jornal pensava que tinha em estúdio um jurista da DECO, num remake do clássico “eu é mais bolos”, de Herman José. O melhor deste vídeo é que, tal como José Severino, o convidado tenta, a medo, explicar que “deve ter havido um equívoco”. Infelizmente, ao contrário do que acontece no sketch do Herman, o jornalista Francisco David Ferreira não tentou que o convidado trocado respondesse às questões sobre pobreza energética, o que tinha sido ainda mais divertido.  

Momento “Santana a bandana, outra vez”

A CNN lançou um debate sobre o direito à privacidade dos políticos a propósito de imagens que surgiram da primeira-ministra da Finlândia a dançar numa festa privada. Enquanto criticava a divulgação destas imagens, a CNN apresentava “ad nauseam” imagens de Santana Lopes com uma bandana vermelha na testa. O presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz não gostou e abandonou a entrevista em direto. Já diziam os Mind da Gap na letra do rap “Socializar por aí”: “Eles vão aos Alpes fazer ski, patrocínio da tia / Atão Santana, ‘tá tudo? Essa bandana parte tudo”. Quem parte tudo é mesmo Santana, com ou sem bandana. 

Momento “Amo-te bué”

Acompanhada pelo pai, a cantora Liliana Almeida percorreu a passadeira de gravilha ao som da música mais triste que se pudesse imaginar: “Easy On Me”, de Adele, que fala sobre o seu divórcio. Um tema muito adequado, portanto, que emocionou o noivo. Bruno de Carvalho não conseguiu conter as lágrimas, provavelmente porque se lembrou de quanto teve de desembolsar nos seus três anteriores divórcios. Gostei muito e acredito no futuro deste casamento. Pelo menos, até o Bruno anunciar o próximo.

Momento “Papaoutai”

À saída de uma cerimónia no Centro Cultural Português, em Maputo, Moçambique, António Costa deu um pézinho de dança com a artista Janeth Mulapha. Janeth conduziu o primeiro-ministro com movimentos mecanizados, qual boneca, que me fez lembrar muito o videoclip da música “Papaoutai”, do Stromae. Ao que parece, Costa fez esta mesma dança quando soube esta semana da demissão de Pedro Nuno Santos.

Momento “Lá, lá, lá, lá, lá, lá” 

A irmã de Isabel dos Santos foi entrevistada via streaming na CNN, ou pelo menos era esse o objetivo da jornalista. O problema foi que Tchizé dos Santos tinha muitas coisas para dizer e em vez de ouvir e responder às questões da pivô, Tchizé limitou-se a falar ininterruptamente como fazem as crianças quando não têm mais argumentos para ganhar uma discussão. Sem condições para continuar, a jornalista acabou por interromper a entrevista. Consta que Tchizé continuou a falar sem parar durante mais três horas, só se tendo apercebido que já não estava em direto quando o PC ficou sem bateria.

Momento “I’m an appetite fruit”

Na entrevista ao jornalista Piers Morgan, Ronaldo queixou-se das instalações do Manchester United que, segundo o próprio, “parou no tempo”, e continua com “a mesma cozinha, os mesmos chefs, os mesmos balneários, o mesmo jacuzzi”. De facto, deve ser muito chato ter de usar um jacuzzi modelo Charming, com apenas seis aspersores, quando atualmente já existem versões que não só fazem muito mais bolhinhas como inclusivamente têm colunas embutidas para ouvir as canções da Kátia Aveiro — ou música, mesmo.

Momento “Não volto a trazer space cookies para o estúdio”

Este é um daqueles momentos que vou guardar para rever sempre que precisar de dar uma boa gargalhada. Todos já estivemos numa situação em que era preciso manter a compostura mas não foi possível controlar o riso. Infelizmente, para os jornalistas da RTP Maria Nobre e Alexandre Brito, isso aconteceu no Telejornal em direto para muitos milhares de espectadores, quando apresentavam uma peça sobre a guerra na Ucrânia. Felizmente para nós, o seu esforço inglório para evitar o riso é um momento absolutamente hilariante. 

Momento “Cinco contra um” 

O Campeonato Mundial de Futebol do Catar não podia ficar de fora deste compêndio anual e por isso escolhi um momento que, no fundo, simboliza bastante bem o sentimento de todos os portugueses depois da derrota com a seleção de Marrocos. Não sei como se chama esta tática mas espero que alguém a tenha mostrado ao Fernando Santos. 

Momento “Rei Milhazes” 

Por falar em táticas fálicas… Quando não está ocupado a distribuir presentes pelas chaminés, montado no seu trenó, José Milhazes é uma das presenças assíduas do jornal da SIC. Os seus comentários são já uma instituição e neste episódio Milhazes mostrou que não tem papas na língua e, para pasmo de Clara de Sousa, apenas traduziu aquilo que todos queremos: “A guerra que vá pó caralho”. 

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