Televisão

Aaron Paul critica Netflix: “Não recebi um tostão de ‘Breaking Bad’”

Diretamente do piquete da greve dos atores, o protagonista atacou a plataforma, a atual detentora dos direitos da série.
Jesse Pinkman (Aaron Paul) - Breaking Bad _ Season 5, Episode 11 - Photo Credit: Ursula Coyote/AMC

Por estes dias, são muitos os atores famosos que, de forma direta ou indireta, participam e apoiam a greve do maior sindicato da classe nos Estados Unidos. Uma luta sindical que se uniu à greve já em andamento dos argumentistas, naquele que é o maior braço de ferro em Hollywood desde os anos 60.

A mais recente voz a levantar-se contra os estúdios e as plataformas de streaming foi a de Aaron Paul, mais conhecido pelo seu papel com Jesse Pinkman em “Breaking Bad”. A série de Vince Gilligan concluiu em 2013 e foi amplamente considerada como uma das melhores obras televisivas de todos os tempos.

Segundo Paul, a sua situação é o exemplo paradigmático da ganância dos estúdios e da forma como absorvem a maioria dos lucros. “Não recebi um tostão pela da Netflix por ‘Breaking Bad’ e, sinceramente, parece-me que isso é uma loucura total”, explicou em declarações ao “The Independent”.

“Acho que estas empresas de streaming sabem que se têm safado ao evitar pagar às pessoas um salário justo. E acho que está na altura de se chegarem à frente.” O pagamento de salários justos e das devidas compensações está o centro das reivindicações da greve organizada pelo SAG-AFTRA.

Se antes do modelo digital, os atores e outros participantes em séries e filmes recebiam, ao longo da vida, uma pequena percentagem correspondente às visualizações de cada obra, isso não se tem verificado neste novo modelo de streaming. A Netflix, por exemplo, mantém em segredo os números de visualizações, o que, revelam os atores, serve de instrumento de fuga ao pagamento dos valores devidos.

O caso de Paul, que foi protagonista numa das mais bem sucedidas e aclamadas de sempre, revela que isso pode acontecer a qualquer um. E se acontece a uma cara conhecida, pior será com os milhares de atores de segunda linha.

“O sistema que tínhamos há uma década fazia sentido. Permitia que estes atores menos conhecidos — mas que trabalham tanto ou mais do que os outros — pudessem fazer carreira”, notou Jesse Plemons, também ele um ator secundário em “Breaking Bad” e que conseguiu desde então tornar-se numa das conhecidas estrelas de Hollywood.

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