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“Andor” chegou ao fim e ninguém tem dúvidas. “É o melhor que vamos ver em ‘Star Wars'”

A segunda temporada, que estreou a 23 de abril, marca o final da história. "É uma das melhores séries dos últimos anos. Ponto final", declaram os críticos.

No exigente mundo dos fãs de “Star Wars”, qualquer passo pode ser fatal. Entre intermináveis discussões sobre as fragilidades das prequelas e os tiros ao lado dos spin-offs constantes, parece que há pelo menos uma produção verdadeiramente consensual: “Andor”.

A série que mergulha no passado de Cassian Andor, jovem tornado rebelde e que se torna responsável pelo roubo dos planos da Estrela da Morte – que marca o arranque da história do filme original de 1977 – chegou ao fim esta terça-feira, 13 de maio. A crítica, quase toda ela unânime, é perentória. “É o melhor de Star Wars que alguma vez veremos”, afirma com convicção a “The New Republic”.

A primeira temporada, que estreou em 2022, foi inundada de elogios, que continuaram a chegar com a estreia da segunda, a 23 de abril, na Disney+. “É uma das melhores séries dos últimos anos. Ponto final”, disse a “CBC”.

O novo capítulo foi lançando três novos episódios por semana, com os últimos a chegarem à plataforma esta terça-feira. E a conclusão parece não ter desiludido ninguém. “‘Andor’ deveria ter sido um êxito ao nível de ‘A Guerra dos Tronos'”, assegura o “The Independent”.

A narrativa recua cinco anos em relação aos eventos de “Rogue One”, o spin-off que retrata a missão rebelde que resgata os planos da Estrela da Morte, também ele considerado um dos melhores filmes da saga desde a trilogia original.

“Andor” foca-se na transformação de Cassian Andor (Diego Luna), de cético desinteressado a figura essencial na Aliança Rebelde. Nos novos episódios, a guerra aproxima-se e Cassian torna-se uma peça-chave na resistência.

“Andor” estava pensada para ter cinco temporadas, mas foi reduzida para duas para manter a qualidade narrativa. “Eles foram muito corajosos na forma como construíram a narrativa”, afirmou Kyle Soller em entrevista à NiT. Quando souberam que o tempo era limitado, os criadores condensaram os principais acontecimentos no segundo volume — o que acabou por intensificar toda a ação. “Passámos a adorar estas personagens que estão sempre em situações intensas e complicadas durante os anos que antecedem a história de ‘Rogue One’”, acrescenta.

O ritmo da história — e a forma como foi contada em tão poucos episódios — foi um dos principais pontos destacados pelos críticos de Hollywood. “Os fãs que também viram Rogue One sabem que muitos dos personagens acabarão por ter destinos trágicos. Mas o verdadeiro ingrediente secreto é ver as escolhas que os conduzem até lá — e é isso que torna a série tão emocionante de acompanhar”, disse a “NPR”.

É verdade que também tem alguns momentos mais leves, mas desde o início que tanto os atores como os realizadores deixaram um aviso: os episódios são muito intensos. Na verdade, até os atores se sentiram nervosos enquanto filmavam. “Quando estava nas gravações, o meu coração estava sempre acelerado”, disse Denise Gough, outra das atrizes de “Andor”.

O elenco, onde também se encontra Ben Mendelsohn (que regressa ao papel de Orson Krennic) tem “uma química indescritível”, avança o “Slate”, mas “muita da atenção tem de ir para Tony Gilroy”, o criador do formato.

“A segunda e última temporada da épica série de Tony Gilroy é repleta de suspense, ação — e oferece um retrato oportuno e sem rodeios dos custos humanos da rebelião”, avança o “The New Republic”. “O Tony Gilroy aposta numa intriga política de alto nível que complementa, em vez de desdenhar, a diversão da ópera espacial de ‘Star Wars’. Dá um peso respeitável a uma galáxia há muito acarinhada; ‘Andor’ leva tudo isto muito a sério”, destaca a “Variety”.

Quando começou a trabalhar na produção em abril de 2020, o cineasta de 68 anos tinha um objetivo: “Criar algo que não fosse facilmente descartável”, contou em entrevista ao “The AV Club” a 10 de maio deste ano. “Estou sempre a tentar fazer coisas que as pessoas possam rever e rever. Não é algo para ser visto uma única vez e é muito gratificante criar um material com uma qualidade atemporal que vai tocar tantas pessoas.” Esta meta foi alcançada, pelo menos segundo o “Consequence”, que afirma que “vamos andar a falar sobre esta série durante muitos anos”.

Atualmente, “Andor” tem uma pontuação de 97 por cento no agregador de críticas Rotten Tomatoes — o primeiro volume tem 96 por cento e o segundo 98 por cento. “Impressiona pela forma como utiliza, de modo eficaz, os elementos desta marca altamente comercial para abordar diretamente as formas como o fascismo emerge — e como pode ser combatido”, diz a “Rolling Stone”.

Carregue na galeria e conheça algumas das séries e temporadas que estreiam em maio nas plataformas de streaming e canais de televisão. Leia também a entrevista da NiT ao elenco de “Andor”.

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