Os membros da SAG-AFTRA votaram esmagadoramente a favor de autorizar uma greve contra dez das principais empresas de videojogos, com 98,32% dos votos a favor. Um total de 34.687 membros votaram e decretaram o avanço de mais uma greve.
A última greve do sindicato contra as empresas de videojogos data de 2016 e durou 183 dias. Entretanto, o sindicato está em greve contra a indústria de cinema e TV desde 14 de julho, numa decisão que parece ainda não ter fim — isto apesar das notícias de um acordo entre argumentistas e estúdios.
“Está na hora de as empresas de videojogos pararem de brincar e levarem a sério a celebração de um acordo”, diz a presidente da SAG-AFTRA, Fran Drescher. “O resultado desta votação mostra que os nossos membros compreendem a natureza existencial destas negociações. Chegou o momento destas empresas — que estão a ganhar milhares de milhões de euros e a pagar generosamente aos seus CEO — oferecerem aos nossos artistas um acordo que assegure a representação em videojogos como uma carreira viável.”
O conselho e o comité de negociação do sindicato já haviam votado unanimemente a favor da autorização da greve, que necessitava de 75 por cento de aprovação dos membros votantes para passar. No entanto, o resultado da votação desta segunda-feira, 25 de setembro, não significa necessariamente que haverá uma greve, mas dá ao conselho nacional a autoridade para convocar uma paralisação se as negociações falharem.
O sindicato e as empresas retomam as negociações esta terça-feira, 26 de setembro, e agora que a autorização foi aprovada, pode ocorrer uma greve a qualquer momento. “Após cinco rondas de negociação, ficou abundantemente claro que as empresas de videojogos não estão dispostas a envolver-se significativamente nas questões críticas: compensação reduzida pela inflação, uso não regulamentado de IA e segurança”, afirma o diretor-executivo nacional e líder das negociações da SAG-AFTRA, Duncan Crabtree-Ireland.
Quase um ano depois da prorrogação do contrato de videojogos do sindicato, conhecido como Interactive Media Agreement. Muitas das questões debatidas na greve contínua de cinema e TV são comuns aos acordos relativos aos videojogos, incluindo salários e o problema da inteligência artificial.
“Todos queremos um contrato justo que reflita as importantes contribuições dos artistas representados pela SAG-AFTRA numa indústria que oferece entretenimento de classe mundial a milhares de milhões de jogadores em todo o mundo. Estamos a negociar de boa-fé e esperamos chegar a um acordo mutuamente benéfico o mais breve possível”, replicou Audrey Cooling, porta-voz das empresas de videojogos.