Televisão

Cada vez mais portugueses desistem dos canais de streaming por causa da crise

Cinco por cento dos subscritores admite cancelar de imediato os contratos por não ter dinheiro para pagar a mensalidade.
Há cinco empresas a atuar em Portugal.

É às plataformas de streaming que os portugueses (e não só) recorrem para assistir às séries, filmes e documentários mais populares do momento. Um estudo de mercado realizado este mês de outubro pela OnePoll para a eDreams Odigeo, citado pelo “Observador”, conclui, contudo, que face à elevada inflação e consequente redução do poder de compra, cinco por cento dos assinantes já consideram abdicar destes serviços.

No total, mil pessoas foram inquiridas no decorrer da pesquisa, que conclui também que, entre os 82 por cento dos portugueses que assinam Netflix, HBO Max, Disney+, Amazon Prime e/ou Apple TV+, 60 por cento não pretendem alterar os hábitos e outros 30 até consideram aumentar essas subscrições.

De acordo com a mesma publicação, o BStream, barómetro de plataformas de streaming da Marktest, registou, através de “aproximadamente, seis mil entrevistas”, uma “tendência de quebra” na intenção de subscrição dos portugueses nos próximos três meses.

“[A intenção de subscrição] baixa pela primeira vez da fasquia dos 9 por cento, caindo 1,2 p.p [pontos percentuais], dos 9,8 para os 8,6 por cento”. Em junho, 2.214 milhões de pessoas em Portugal utilizavam uma plataforma de streaming, 962 mil utilizavam duas e 644 mil usavam três ou mais, adiantou a Marktest.

Ainda que os utilizadores recorram aos planos mais básicos das diferentes plataformas, se assinarem as cinco acima mencionadas têm um gasto mensal de 32,95€, sendo a Disney+ (8,99€) a mais cara. A Amazon Prime e a Apple TV+ são as mais económicas. Custam 4,99€ por mês. Já a Netflix e a HBO Max ficam, respetivamente, por 7,99€ e 5,99€.

Na próxima semana, o SkyShowtime ficará disponível no País. Por 4,99€, os subscritores vão ter acesso a produções como “1883”, “Yellowstone”, “The Lost City” e “Sonic the Hedgehog 2”.

A análise do BStream concluiu, igualmente, que o universo de utilizadores destes serviços, nomeadamente os gratuitos, como o YouTube, “englobava 44,1 por cento dos portugueses no segundo trimestre deste ano, o que representa um crescimento de 0,3 p.p [pontos percentuais] face ao trimestre anterior”. O aumento global faz-se acompanhar pelo “crescimento consecutivo no número de subscritores” das plataformas pagas.

Apesar do crescimento, o barómetro detetou uma “tendência de quebra” na intenção de subscrição nos próximos três meses. Ao “Observador”, a Marktest explicou que o “indicador ‘intenção de subscrição’ é recolhido junto dos indivíduos que conhecem as plataformas, mas não as subscrevem”.

Da mesma forma, esclareceu que não “recolhe o indicador” capaz de perceber as intenções de cancelamento, pelo que não não é possível calcular quantos pretendem encerrar as assinaturas que têm.

A dispersão de programas pelas várias empresas, a conjuntura macroeconómica, o menor tempo para ver conteúdos pelo fim do isolamento causado pela pandemia de Covid-19 e a possibilidade de deixar de conseguir partilhar contas são alguns dos fatores que, para Francisco Conrado, investigador e professor especializado em análise de redes sociais, pode desmotivar os portugueses a recorrerem ao streaming.

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