A chegada do venerado videojogo à televisão deveria ter sido um momento de celebração por parte dos fãs. Pelo contrário, tornou-se numa espécie de parada de insultos contra a principal protagonista, Bella Ramsey. Uns dizem que é demasiado nova para o papel, outros apontam o facto de “não ser bonita” como a personagem do videojogo. As críticas resvalam quase sempre para o insulto, o que tem feito mossa na atriz.
Após a estreia da primeira temporada de “The Last of Us”, em janeiro de 2023, Ramsey, que interpreta Ellie, tornou-se uma das atrizes mais odiadas de Hollywood. “Não conseguia parar de ver os comentários e cada um era mais doloroso do que o anterior”, confessa à “GQ”.
Esta segunda-feira, 14 de abril, a nova temporada chegou à Max e os comentários regressaram ainda com mais força. “Tem a fisionomia de uma coruja”, lê-se numa publicação no X (antigo Twitter) que já conta com mais de 35 mil gostos. “É a mulher mais feia do mundo” e “palhaça woke” são outras das descrições feitas por aqueles que se opõem ao casting da HBO.
O tópico voltou a tornar-se tendência nas redes sociais com a estreia da segunda temporada e com a publicação de um vídeo feito por Inteligência Artificial onde Bella Ramsey, de 21 anos, foi substituída por Cailee Spaeny, de “Priscilla” e “Alien: Romulus”, que os fãs consideram ter muito mais semelhanças físicas com a personagem do videojogo. “Por favor tornem isto uma realidade”, lê-se num post feito no Reddit.
A controvérsia não deverá terminar tão cedo, sobretudo com o que se espera que vá acontecer nos próximos episódios, que irão contar a história do segundo volume do videojogo. Quando foi lançado, em junho de 2020, foi recebido com muita polémica, por causa dos temas LGBTQIA+ e pelo facto de Ellie se tornar uma espécie de vilã. Na altura, muitos fãs ficaram desagradados com o rumo da narrativa.
Após mais de dois anos desde a estreia da primeira temporada, Ramsey ainda não se sente preparada para lidar com os comentários que sabe que vai receber. “Gostava de poder dizer que estou confiante e que isso não me afeta, mas não é verdade”, disse também à “GQ”.
Apesar de tudo, a atriz sente-se feliz pelo trabalho que conseguiu fazer até agora. “Estou realmente grata porque acho que fiz justiça a quem a Ellie é. Assinar um contrato para uma série é sempre um risco porque se eu detestar o que faço, fico presa a este projeto durante anos e não queria que isso acontecesse. Mas, sinceramente, era capaz de fazer isto durante anos.”
Quanto às duras críticas que serão feitas, admite que não se sente “particularmente ansiosa com isso”. “As pessoas vão pensar o que quiserem. Mas vão ter de se habituar. Se não quiserem ver a série porque tem histórias com personagens gay ou uma personagem trans, o problema é delas — e estão a perder uma grande oportunidade. Não tenho medo delas.”
Quem confessou o seu medo foi Kaitlyn Dever, que vai interpretar Abby, a vilã do videojogo e a responsável por um desfecho trágico que vai chocar os telespectadores. Durante as gravações, foi obrigada a contratar uma equipa de guarda-costas para se proteger — muitos dos fãs não conseguem separar a atriz da personagem.
“Há muitas pessoas estranhar que odeiam genuinamente a Abby apesar de ela ser apenas uma personagem e pura ficção”, contou Isabela Merced, outra novidade do elenco, no podcast “Happy Sad Confused”, de Josh Horowitz.
“A Kaitlyn é uma pessoa mesmo fixe e que não se deixa abalar facilmente. Ao mesmo tempo, está a passar por muito a nível pessoal”, disse a atriz aludindo à morte da mãe de Dever no início de 2024. “É devastador de ver.”
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