Existe uma longa tradição de grandes produções brasileiras de thrillers criminais, como “Tropa de Elite” ou “Cidade de Deus”. Agora, em “DNA do Crime”, vamos conhecer um ambicioso golpe conduzido pela maior fação criminosa do Brasil. A nova série é uma espécie de “CSI” com tempero brasileiro e estreou na Netflix na terça-feira, 14 de novembro. Atualmente, é a segunda produção mais vista da plataforma.
Ao longo de oito episódios realizados por Heitor Dhalia, acompanhamos uma história inspirada em factos reais: um mega roubo que aconteceu em 2017 na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Este assalto foi efetuado à Prosegur, uma empresa de segurança responsável pelo transporte de dinheiro para bancos. Na altura, o crime foi atribuído ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma organização criminal de São Paulo responsável por ações semelhantes. Em “DNA do Crime”, o PCC é adaptado para “A Organização”.
Este grupo criminoso continua a operar e é considerada a maior fação criminosa do Brasil. Eles controlam parte do grande tráfico internacional de cocaína da América do Sul que tem como destino a Europa. Os tentáculos da PCC já chegaram a Portugal. Segundo uma investigação da CNN Portugal, cerca de mil elementos da organização trabalham em Lisboa, na logística e a distribuição para o resto da Europa. Trata-se de um negócio que rende centenas de milhões de euros.
Em “DNA do Crime” ,podemos ver as investigações aprofundadas (como testes de ADN e provas forenses) por parte de um grupo de polícias federais da Foz do Iguaçu. Ao longo deste processo, foi descoberta uma teia de crimes e atividades ilegais que abrangiam vários países da América do Sul.
“Os fãs do género, em especial os aficionados por ação e investigação criminal, vão ter motivos de sobra para perder o fôlego em sequências de perseguição e tiroteios, mas também para acompanhar, nos detalhes, o trabalho de campo e a inteligência da Polícia Federal de forma sem precedentes no Brasil”, pode ler-se na sinopse.
A metodologia das forças policiais são um dos destaques desta série. Vários meios de comunicação internacionais elogiaram esta representação, com o blogue de entretenimento, “Collider”, que compara a produção brasileira com “Mentes Criminosas”.
No entanto, a complexidade da dinâmica da fronteira entre os dois países latinos parece ter dispersado a atenção dos críticos.
“O que nos impressionou quando assistimos ao primeiro episódio foi o quão complicado era entrar na história”, descreveu o crítico Joel Keller, no mesmo blogue. “Pode ser por não saber o suficiente sobre a dinâmica da fronteira do Brasil e Paraguai para ter uma ideia de como funciona a atividade criminosa deste local. Parece haver mais discussão sobre jurisdição do que qualquer outra coisa, e é difícil acompanhar exatamente quais são os crimes que estão a acontecer no Brasil e o que está a acontecer no Paraguai”.
Os oito episódios da série já estão disponíveis na Netflix. O seu cast conta com atores como Marcelo Di Marcio, Pedro Caetano, Miguel Nader, Maeve Jinkings, e Thomas Aquino, que entra em “Bacurau” de Kleber Mendonça Filho.
Aproveite e carregue na galeria para conhecer todas as grandes séries (e regressos) que podemos esperar para o mês de novembro.