Televisão

“Down For Love”. Netflix arrasada devido a programa sobre pessoas com trissomia 21

Espectadores incrédulos com a escolha do nome do reality show de encontros. "Têm um lugar especial à vossa espera no Inferno."
Está a gerar polémica.

O mais recente reality show da Netflix está a ser alvo de duras críticas. Desta vez, porém, não está em causa o conteúdo, mas sim o nome. “Down For Love” estreou a 11 de agosto — e a polémica não demorou a estalar.

“Numa ternurenta busca pelo amor, este reality show segue várias pessoas com síndrome de Down enquanto lidam com os altos e baixos dos encontros românticos”, lê-se na sinopse da plataforma streaming. Embora programas de namoro com pessoas com deficiência não sejam novidade, muitos questionam o jogo de palavras utilizado no título. Em tradução literal, “Down For Love” significa qualquer coisa como “prontos para o amor”, em inglês coloquial. Porém, o trocadilho — de gosto duvidoso — não agradou a todos.

“Comecei a assistir ontem à noite. Porque é que o intitularam assim?”, escreveu um espetador no X (antigo Twitter). Outro afirmou: “Isto está muito errado. A Netflix tem um lugar especial reservado no inferno”. Um terceiro afirmou: “O conceito do programa de namoro é ótimo, mas este título é tão duvidoso”. 

Apesar das críticas, houve quem aplaudisse a representação de pessoas com esta condição num universo do namoro moderno. Há até quem defenda o programa. “O reality show é ótimo. Celebra, verdadeiramente, os participantes e as pessoas com Síndrome de Down, de forma semelhante a ‘Love On The Spectrum’. Todas as vidas humanas são valiosas.”

Tobi Green-Adenowo, dançarina que se move numa cadeira de rodas falou sobre as reações a “Down for Love” e, recentemente, em entrevista ao “The Guardian”. “Se tentarmos adicionar inclusão ao que deveria ser um programa padrão, as pessoas ficarão revoltadas”, disse.

A também criadora de conteúdos observou que os programas de elenco com deficiência precisam “de se ver livres das lentes desconfortavelmente voyeuristas” — como se o papel das estrelas com deficiência fosse entreter os espetadores fisicamente aptos ou até mesmo fazê-los sentirem-se melhor.≠

Green-Adenowo defendeu ainda que os programas devem ser inclusivos desde o início. “Um dia espero ver conteúdo que seja liderado por nós e dirigido por nós para que todos possam ver as coisas através dos nossos olhos.”

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