Um ano depois da estreia original, o reality show “Too Hot To Handle” está de volta à Netflix com a segunda temporada. Os primeiros quatro episódios estreiam esta quarta-feira, 23 de junho, e os restantes seis chegam à plataforma de streaming na próxima semana, dia 30.
Este concurso junta um grupo de dez solteiros atraentes que é posto numa ilha paradisíaca para tentar vencer um prémio individual de 100 mil dólares (cerca de 91 mil euros). À primeira vista, a premissa parece igual a tantas outras: um grupo de jovens à procura do amor das suas vidas passa vários dias de fato de banho num destino de sonho. No entanto, depois de chegarem à ilha, percebem rapidamente que o objetivo é completamente diferente daquele que esperavam.
Em “Too Hot To Handle” ninguém sabe bem ao que vai — as regras são apenas explicadas ao grupo à chegada. Na primeira temporada foi através de uma assistente virtual chamada Lana. “Há condições para ficar aqui”, começou por dizer. “Não pode haver beijos ou qualquer tipo de sexo. Este retiro serve para que aprendam a criar ligações emocionais mais profundas.”
Como seria de esperar, as reações dos solteiros são, no mínimo, dramáticas e acompanhadas quase por grunhidos de frustração. A Netflix explica o conceito: “Neste local de luxo sem álcool, será que os solteiros em série vão conseguir formar ligações emocionais? Ou serão as tentações demasiado quentes para aguentar?”
Tal como no célebre reality show “Love Island”, todos os concorrentes habitam o mesmo espaço e até partilham um único quarto — neste caso também existe uma piscina, uma zona lounge e um bar, sem contar com a enorme área de areal e mar.
Todos os concorrentes começam com um prémio individual de 100 mil dólares. Se quebrarem as regras e tiverem interações sexuais com os outros participantes, o valor é descontado. O objetivo é encontrarem um par amoroso, sim, mas resistirem à tentação física.
Em entrevista à revista americana “Entertainment Weekly”, a criadora do reality show, Laura Gibson, revelou que teve a ideia ao assistir a um episódio clássico de “Seinfeld”, intitulado “The Contest”, da quarta temporada, que estreou em 1992. Foi em 2017 que Gibson teve a ideia — no mesmo ano em que apresentou o projeto à Netflix.
“Todos eles [as personagens principais de ‘Seinfeld’] tinham de não se masturbar por dinheiro, e todos eles falharam. Pensei que tinha de haver um programa aqui”, explicou a responsável por “Too Hot To Handle”. Nesse episódio da famosa e icónica sitcom, Jerry, George, Elaine e Kramer fazem uma aposta para perceberem quem consegue aguentar mais tempo.
Na mesma entrevista, Laura Gibson disse ainda que tentou explicar a sua ideia fazendo uma comparação com os minibares dos hotéis — em que cada vez que se tira uma coisa, paga-se um valor. Neste caso, o que tem um preço são os atos sexuais. Se dois concorrentes se beijarem, é descontado um valor de três mil dólares ao prémio final de cada um.
Os restantes valores não estão estipulados oficialmente e são analisados caso a caso. Sexo oral pode custar seis mil dólares. Na primeira temporada houve um casal no programa que decidiu passar a noite juntos, com interação física, embora resistindo à tentação de fazer sexo — o que lhes valeu uma multa de 16 mil dólares a cada um. A relação sexual propriamente dita ronda os 20 mil dólares — um quinto do prémio total.
O destino paradisíaco onde aconteceram as gravações estava munido de dezenas de câmaras para captar todos os momentos e impedir que os concorrentes quebrassem as regras sem ninguém saber. Além disso, havia assistentes de produção a ouvir a todos os momentos as gravações de áudio dos vários locais, para que conseguissem detetar qualquer ato sexual.
“Uma das assistentes disse-me que se tornou uma especialista a decifrar sons sexuais em registos de áudio”, explicou Gibson à “Entertainment Weekly” na altura. “Nós dizíamos para eles estarem atentos ao som. Quanto tempo é que duram? Há quanto tempo é que eles estão na casa de banho?”
Há um momento no programa em que os concorrentes que se estão a portar melhor e a cumprir as regras recebem um presente — embora isso também represente um desafio. É-lhes dado um relógio, que de repente podiam ficar verdes, o que significava que durante aquele curto período de tempo podiam quebrar as regras sem serem penalizados.
Apesar de a oferta poder ser vista como um incentivo pelo bom desempenho, também tornou difícil que os concorrentes não quisessem repetir os mesmos atos quando os relógios não se encontravam verdes. O desafio aumentou em muitos casos.
Foi uma enorme coincidência que “Too Hot To Handle” tenha estreado numa altura de pandemia da Covid-19, em que as pessoas têm de estar isoladas e têm de evitar o contacto físico com outras — mesmo que num contexto muito diferente do reality show
Carregue na galeria para conhecer outras novidades da televisão (e do streaming) para este mês de junho.