Apesar do nome da série, parece que nem todos eram amigos nos bastidores de “Friends”. Na verdade, as discussões entre os membros do elenco principal e elementos equipa de produção eram frequentes, especialmente com as pessoas que escreviam os episódios. As revelações foram feitas pela guinista Patty Lin, no seu livro de memórias “End Credits: How I Broke Up With Hollywood”.
A argumentista tinha acabado de trabalhar em “Freaks and Geeks” quando foi convidada para participar no fenómeno protagonizado por Jennifer Aniston, Courteney Cox, Lisa Kudrow, Matt LeBlanc, Matthew Perry e David Schwimmer. “O entusiasmo que sentia por escrever para grandes estrelas de Hollywood rapidamente se desvaneceu, bem como a minha vontade em levantar-me de manhã para trabalhar”, conta nas páginas do livro.
Segundo Lin, os atores pareciam estar extremamente infelizes por permanecerem “acorrentados a um programa envelhecido e cansado, quando podiam estar a evoluir”. Patty sentiu que cada um deles analisava os guiões a fio, estudando as diferentes formas como os poderiam beneficiar (ou prejudicar).
Quando não gostavam de algo do que estava escrito, faziam-se ouvir. “Raramente tinham algo positivo a dizer e, quando levantavam problemas, não sugeriam soluções viáveis. Viam-se como guardiões das suas personagens, e argumentavam que estas nunca fariam ou diriam algo do que tínhamos escrito”, recorda.
Embora o feedback fosse, por vezes, útil, era principalmente “terrível e agressivo”, e não tinha a leveza esperada de atores conhecidos pelos seus papéis na maior série de comédia (ou sitcom) da altura.
Patty garante que várias outras personalidades de Hollywood a avisaram quanto àquele trabalho. Como exemplo fala de Judd Apatow — conheceram-se quando trabalhavam na série “Freaks and Geeks”. Segundo o que recorda, o comediante dizia que “Friends” era apenas uma fábrica de dinheiro, e que ali a guionista não aprenderia nada. “É verdade que não aprendi muito, apenas que não quero mais trabalhar em sitcoms. Mas, para o bem ou para o mal, ‘Friends’ continua a ser o meu trabalho mais reconhecido.”
