“Os acontecimentos nesta série aconteceram em Kansas City em 1950. A pedido dos sobreviventes, os nomes foram alterados. Por respeito aos mortos, tudo o resto foi contado exatamente como aconteceu.” A quarta temporada de “Fargo” só estreia nos EUA este domingo, 27 de setembro, mas já sabemos que é com esta frase que irá começar.
Tem sido assim desde o filme original (na qual esta série se inspira), realizado pelos irmãos Coen, que estreou em 1996. São tudo histórias fictícias mas esta frase introdutória serve para criar o ambiente certo. Como sempre, cada temporada foca-se numa narrativa diferente.
Após três temporadas, a série vai abandonar o carismático estado do Minnesota. A partir de agora a história irá passar-se em Kansas City, no estado do Missouri, e vai-nos levar até 1950 — nunca tínhamos ido viajado tanto no passado em “Fargo” como agora.
Este é um retrato daquele submundo do crime e das várias organizações que nele habitam. Existe a máfia italiana, mas também os gangs irlandeses, judeus ou afro-americanos. Tudo é gerido com pinças neste delicado jogo de poderes — que tem sempre a tendência para criar um desequilíbrio e uma enorme onda de violência.
Para evitarem os confrontos e obrigarem-se a uma paz forçada, os líderes das organizações têm o estranho ritual de trocarem os filhos mais velhos. Cada família cria o filho do grupo rival, numa tentativa de se manter o status quo.
A narrativa arranca quando chega a vez de Loy Cannon (interpretado pelo comediante Chris Rock) entregar o seu filho à máfia e receber de volta o enviado italiano. Existe uma constante tensão e um ambiente de suspense nas relações entre organizações — e a explosão de violência é inevitável a certo ponto.
Em entrevista à revista “Entertainment Weekly”, Chris Rock diz que acredita que este é o melhor papel que alguma vez vai ter. “É o maior ‘Fargo’. A escala é tremenda. Normalmente, ‘Fargo’ conta pequenas histórias que se descontrolam. São sobre pessoas comuns, alguma coisa acontece, e depois conseguimos ver o quão más as pessoas comuns podem ser. Isto é bem diferente. Começamos como gangsters, por isso estamos a começar com más pessoas, e depois escala.”
A quarta temporada de “Fargo” promete ser a mais megalómana e mais violenta de todas. Contudo, não será certamente a melhor. As críticas já começaram a ser publicadas nos últimos dias pela imprensa especializada americana e, apesar de elogiarem certos aspetos, também têm apontado várias das suas falhas.
A generalidade dos órgãos de comunicação social diz que o criador da versão série de “Fargo”, Noah Hawley, falhou quando tentou criar uma história que captasse os problemas raciais, os choques culturais ou as diferenças religiosas na América num enredo como este, abordando-o apenas à superfície e com demasiados clichés.
Tem 11 episódios e é uma das temporadas com mais personagens relevantes. O elenco inclui nomes como Jason Schwartzman, Jessie Buckley, Timothy Olyphant, Ben Whishaw, Andrew Bird, Tommaso Ragno, Gaetano Bruno e Ira Amyx, entre muitos outros.
27 de setembro é a data para a estreia nos EUA, no canal FX. Vai estrear em Portugal no feriado de 5 de outubro, às 22h10, no TVCine Action.
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