A partir do momento em que se soube que Ângelo Rodrigues estava internado em coma, muitos foram os rumores e especulações se seguiram e que, não raras vezes, ficaram por confirmar. Onde teria estado? O que teria acontecido? Quem o acompanhava? Foi a resposta a estas perguntas a que muitos tentaram chegar.
Uma semana depois, o que se sabe afinal? E o que era, ou não, mera especulação? O que é certo é que o ator de 37 anos deu entrada no Hospital de São José, em Lisboa, no passado domingo de manhã, 12 de janeiro, pouco antes das nove horas.
Já no local, a equipa médica de emergência diagnosticou-o com uma pneumonia por aspiração, uma infeção respiratória grave que forçou a uma indução em coma. “O coma é induzido pela equipa clínica para não descompensar. Assim que o quadro infeccioso baixar, tiver melhorias e estabilizar, revertem o coma”, revelou fonte do hospital ao “Correio da Manhã”.
As primeiras informações revelaram que Ângelo Rodrigues se encontrava estável e que não corria risco de vida. Restava, ainda assim, saber o que teria provocado a infeção. Sabe-se que estão sempre em maior risco os idosos, imunodeprimidos, crianças pequenas, pessoas em estado de coma ou submetidos a anestesia geral, bem como os que sofrem de disfagia. E mais? Depois entra o segmento de pessoas que consomem álcool ou drogas em excesso.
De acordo com o que a especialista em medicina intensiva, Ana Isabel Pedrosa, explicou à NiT que esta situação “acontece quando o vómito ou o conteúdo do estômago, ou da boca, em vez de permanecer no aparelho digestivo, acaba por entrar na via aérea e vai para o aparelho respiratório”.
A especialista enfatiza que esta inconsciência não se refere a momentos de sono, mas sim a situações em que há uma alteração no sistema, como em acidentes vasculares cerebrais (AVC) ou quando a pessoa está sob efeito de drogas ou álcool.
“O organismo entra em disfunção respiratória e é por isso que entubamos, ventilamos e induzimos o coma, de modo a proteger o doente durante todo o processo.” A médica enaltece que esta condição pode acontecer a qualquer pessoa, incluindo miúdos, e que é essencial colocar qualquer indivíduo inconsciente em posição lateral de segurança para prevenir a aspiração de materiais que não sejam apenas oxigénio.
As peças começavam a juntar-se. Segundo a TVI, Ângelo Rodrigues teria estado numa festa antes de ter sido encontrado inconsciente no hotel Evolution, no Saldanha. Um dado que poderá explicar a ocorrência improvável no ator que, há cinco anos, já havia sofrido um grave e igualmente inesperado problema de saúde, com uma infeção na perna que por pouco não resultou numa amputação.
Foi em 2019 que o ator esteve internado durante dois meses em coma induzido devido a uma grave infeção na perna, resultante de um procedimento de reposição hormonal mal realizado. No programa “Alta Definição”, da SIC, em setembro de 2023, revelou pormenores sobre a sua luta pela vida. “A cicatriz que tenho tem uma extensão de 90 centímetros, que é praticamente metade do meu corpo. Como o meu corpo foi aberto de uma vez só, há zonas em que existem algumas depressões, estão meio irregulares”, contou a Daniel Oliveira. “Estas operações todas que vim fazendo após o internamento, foram para tratar várias partes da perna.”
“A cicatriz tem o estranho poder de me lembrar que o meu passado é real. Tenho mesmo orgulho dela. Gosto mesmo da marca com que fiquei depois do acidente. Lembra-me todos os episódios que passei.” Os dois anos seguintes a este acontecimento foram marcados por idas regulares ao hospital, numa altura que ele descreve como “uma montanha-russa”.
Leia também este artigo da NiT sobre a temporada que o ator passou no Nepal. Viveu num templo budista, um misto de retiro espiritual e voluntariado.