Televisão

Furacão que matou 158 pessoas inspirou o novo documentário arrepiante da Netflix

A produção tem imagens inéditas captadas por caçadores de tempestades que sobreviveram à catástrofe
Inspirou a nova série da Netflix.

A 22 de maio de 2011, a cidade de Joplin, no estado do Missouri, foi atingida por um dos tornados mais mortíferos e destrutivos da história recente dos Estados Unidos. O fenómeno extremo provocou a morte de 158 pessoas, fez mais de 1.150 feridos e causou danos estimados em 2,57 mil milhões de euros.

Esta tragédia dá agora origem a “Tornado: Apanhados na Tempestade”, a nova série documental da Netflix que estreia esta quarta-feira, 19 de março. A produção reúne imagens inéditas e promete levar os telespectadores “ao olho do furacão”, ao mesmo tempo que retrata o impacto do tornado na vida dos habitantes de Joplin, especialmente dos estudantes que se formariam nesse ano.

A tempestade atingiu a cidade por volta das 17h34, com ventos superiores a 320 quilómetros por hora. Com uma largura de aproximadamente 1,6 quilómetros, destruiu tudo o que encontrou no seu caminho durante 38 minutos. Foi o sétimo tornado mais mortífero da história dos EUA e o mais letal desde 1947.

Cerca de 7.500 edifícios, incluindo casas, escolas e hospitais, foram danificados ou reduzidos a escombros. O Centro Médico Regional de St. John sofreu danos catastróficos e por lá morreram seis pessoas. A infraestrutura da cidade também foi gravemente afetada, com 4.000 postes de eletricidade derrubados e mais de 100 quilómetros de linhas de distribuição destruídas, que deixou 20 mil residentes sem luz.

A resposta ao desastre foi imediata, mas nada conseguiu travar a tempestade. O então governador do Missouri, Jay Nixon, declarou estado de emergência e mobilizou a Guarda Nacional para apoiar os esforços de busca e resgate. Organizações locais e nacionais, juntamente com milhares de voluntários, chegaram à cidade para prestar assistência. A Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA) enviou 820 funcionários para Joplin e estabeleceu 15 locais de habitação temporária, que chegaram a albergar 586 famílias no pico da crise.

A comunidade de Joplin revelou uma resiliência notável. Apesar das perdas devastadoras, os residentes uniram-se para reconstruir a cidade. Em abril de 2012, foi aprovado um financiamento de 56,85 milhões de euros para recuperar escolas danificadas e até 2016, foram criadas 300 novas empresas.

No entanto, o impacto psicológico foi avassalador. Nos meses seguintes, 18 pessoas cometeram suicídio e, no ano seguinte, registou-se um aumento significativo nas chamadas relacionadas com violência doméstica.

A tragédia atraiu atenção nacional e gerou várias iniciativas de apoio. Um dos exemplos mais mediáticos foi o programa “Extreme Makeover: Home Edition”, da TLC, que gravou sete episódios em Joplin e reconstruiu as casas de sete famílias afetadas.

Foi precisamente durante estas gravações que Alexandra Lacey, realizadora da série da Netflix, conheceu a história da cidade. Como voluntária no programa, percebeu que queria documentar as experiências de “pessoas com histórias transformadoras cujas vidas foram mudadas para sempre naquele dia”, contou à “KRPS Missouri”.

O documentário também dá destaque a relatos de coragem e sobrevivência, como o de Jeff e Kat Piotrowski, um casal de caçadores de tempestades que captou muitas das imagens usadas na produção.

“A história de Joplin é um lembrete poderoso da força do espírito humano e da capacidade de uma comunidade quando se junta para superar os desafios mais difíceis”, disse Jeff Piotrowski ao “The Telegraph”. “Também quisemos trabalhar com a Netflix para homenagear as vidas perdidas e contar as histórias de resiliência que muitos não conhecem.”

Carregue na galeria e conheça algumas das séries e temporadas que estreiam em março nas plataformas de streaming e canais de televisão.

ÚLTIMOS ARTIGOS DA NiT

AGENDA NiT