Jacob Elordi é um dos nomes em ascensão em Hollywood e já provou que consegue adaptar-se a quase todos os géneros. Depois de papéis em “A Banca dos Beijos”, “Euphoria” e “Saltburn”, o ator australiano volta a mostrar o seu lado mais dramático numa nova produção que chega à televisão portuguesa.
A partir de 10 de maio, será possível vê-lo em “The Narrow Road to the Deep North”, série que estreia na AXN às 14h30. A história acompanha Dorrigo Evans, um cirurgião australiano marcado pelos horrores da Segunda Guerra Mundial.
A narrativa divide-se em três momentos-chave da sua vida: o romance proibido com Amy, a mulher do seu tio; o tempo que passou como prisioneiro de guerra, obrigado a trabalhar na ferrovia entre a Tailândia e a Birmânia; e o pós-guerra, em que tenta lidar com as marcas profundas que a violência deixou.
A série tem cinco episódios e foi realizada por Justin Kurzel. Baseia-se no livro homónimo de Richard Flanagan, publicado em 2013, vencedor do Man Booker Prize. Ao longo da produção, exploram-se os dois extremos da condição humana: o amor e a crueldade. “Queríamos que esses elementos se sobrepusessem”, explicou Jacob Elordi, de 27 anos, durante uma conferência de imprensa onde a NiT esteve presente.
“O que há de tão único e bonito no livro — e que nos tocou profundamente — é que esta história de amor, este verão de amor entre a Amy e o Dorigo realmente existe, evolui e cresce no meio do trauma e da violência no campo de prisioneiros de guerra onde ele está”, comentou o ator. Natural da Austrália, Elordi conhece bem o peso que a II Guerra Mundial deixou no seu país. “Quem é de lá sabe disso e lembramo-nos deste momento da história e faz parte de quem somos”, concluiu.
Esta personagem é muito diferente daquilo que fez anteriormente e o Jacob já disse que é a mais parecida consigo. Pode falar mais sobre isso?
Há a parte óbvia de ele ser australiano, tal como eu. É complicado, porque se eu disser que sou como ele, há muitos aspetos que nada têm a ver comigo, mas que poderiam ser atribuídos a mim. Mas também há uma grande sensibilidade nele que me fez lembrar muito o meu pai. Acho que, de forma inata, há pedaços disso em mim. Quando interpretei americanos ou britânicos, não sentia realmente uma ligação à história deles e não tinha os pés bem assentes na terra.
Quando recebeu o papel e leu o guião, no que é que pensou quanto à linguagem e à caracterização da personagem?
A série desenrola-se num período ao qual eu não pertenço e a forma como as pessoas falavam era certamente diferente de como falamos atualmente. Para me preparar, vi filmes e li textos dessa época para conseguir mergulhar nesse período. Depois, quando chegou a parte das gravações, não pensava muito no que estava a fazer porque o Justin é alguém que faz com que deixemos tudo à frente das câmaras para sermos o mais reais possível.
Como é que foi interpretar esta personagem que tem cenas tão intensas e emocionais?
O Justin conseguiu criar cenários vivos e cheios de lama que nos permitia mergulhar realmente nas personagens. Quando chegávamos ao set, sentíamos que estávamos a fazer teatro em direto. Estavam a decorrer cenas mesmo atrás de nós e os nossos colegas estavam deitados na lama como se estivessem no inferno.
Como é que construiu esta personagem de forma a parecer autêntica? Acho que para o resto do mundo, a história da Austrália na Guerra está um pouco esquecida.
Durante a guerra, perderam-se muitas vidas e a Austrália sofreu imenso. Quem é de lá sabe disso e lembramo-nos deste momento da história e faz parte de quem somos. Os campos de guerra pareciam verdadeiros graças à forma como foram construídos e entrar no set era sempre um momento imersivo, o que nos ajudava imenso.
A série mostra dois extremos da humanidade: a crueldade e o amor intemporal. Como é que equilibraram estes dois aspetos? E graças aos papéis, sentem que ficaram mais cínicos ou otimistas?
Acho que queríamos que esses elementos se sobrepusessem. O que há de tão único e bonito no livro — e que nos tocou profundamente — é que esta história de amor, este verão de amor entre a Amy e o Dorigo realmente existe, evolui e cresce no meio do trauma e da violência no campo de prisioneiros de guerra onde ele está. Isso faz com que ela se torne ainda mais poderosa para ele e mais íntima, à medida que ele testemunha e vive essa violência. Acho que é mesmo algo único, uma perspetiva tão singular e bela sobre como as pessoas se lembram da violência e sobre como sobrevivem à mesma. Este é um aspeto que está, de certa forma, no ADN do livro.
A guerra é algo que desperta o pior do comportamento humano e a feia realidade do mundo. Enquanto ator, o que é que sentiu ao participar numa série que aborda estes conflitos?
Eu estou muito distante dessa realidade e a minha vida sempre foi diferente do que eles viveram. Senti que foi algo esclarecedor e que realmente me abriu os olhos. Quando temos a oportunidade de trabalhar num projeto assim, sentimo-nos gratos enquanto atores porque, de certa forma, aproxima-nos de algo que nunca pudemos viver. Isso é a parte bonita e essencial do meu trabalho.
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