Televisão

“Kalifat” é a série viciante da Netflix a que ninguém prestou atenção

Chegou a 5 de março à plataforma de streaming e é uma produção sueca com uma história cativante.
A série tem oito episódios.

Seja nos canais de televisão ou nas plataformas de streaming, todas as semanas há novas séries para ver e por isso mesmo é difícil mantermo-nos a par de tudo. Entre as produções recentes que passaram despercebidas encontra-se “Kalifat”.

É uma série sueca que chegou à Netflix a 5 de março e cuja história se passa entre a Suécia e a Síria (apesar de as gravações na Ásia terem acontecido na Jordânia). É um thriller de oito episódios — cada um com cerca de 45 minutos.

A história acompanha sobretudo personagens femininas num enredo cujo foco é a radicalização islâmica de muçulmanos na Europa — um fenómeno persistente na última década, com a ascensão (e posterior queda) do Estado Islâmico, também conhecido como ISIS, a organização terrorista que queria impor um Califado (palavra escolhida para o título deste projeto).

As protagonistas são Pervin, a mulher de um membro do ISIS; Fatima, uma agente sueca dos serviços secretos; e a adolescente Sulle, que se deixa fascinar pelo mundo sombrio e obscuro desta organização, que tinha como objetivo recrutar membros vulneráveis por todo o ocidente, para que pudessem operar como seus afiliados.

Se Sulle representa os jovens muçulmanos residentes na Europa que se deixaram conquistar pela doutrina do ISIS, Pervin é a mulher dividida entre dois mundos, a quem é oferecida uma oportunidade. Fatima diz-lhe que poderá tirá-la da Síria de forma segura se ela descobrir e revelar informações sobre o Estado Islâmico.

A sua vida, portanto, vai estar em grande perigo — e há um ataque terrorista iminente na Suécia que vai estar no centro de toda a narrativa. “Kalifat” tem um tom de tensão constante que promete tornar-se viciante para os espectadores.

A série foi produzida pela Filmlance (responsável por “The Bridge”) para o canal sueco SVT. É uma ideia original de Wilhelm Behrman, que criou o projeto com Nikolas Rockström. Em entrevista à revista americana “Variety”, depois da estreia na Suécia em janeiro, Behrman explicou como tiveram a ideia.

“A ideia chegou até nós e gostámos dela. Começou com uma foto na imprensa internacional de três raparigas adolescentes britânicas que tinham fugido das famílias para se juntarem ao ISIS. Fiquei tão transtornado, talvez por ter uma filha exatamente da mesma idade, e percebi que tinha de escrever algo sobre isto”, explicou.

Wilhelm Behrman disse ainda como pensou no tom certo para a história, de forma a conquistar o público. “Queríamos que o público fosse atraído para a história ao começar com uma narrativa clássica de terrorismo e depois deixar que o drama sobre as raparigas fosse cada vez mais dominante e que fosse mais envolvente de forma emocional. Se tivéssemos deixado que a história da radicalização dominasse o primeiro episódio talvez algumas partes do público tivessem perdido o interesse.”

O elenco inclui Gizem Erdogan, Amed Bozan, Aliette Opheim, Albin Grenholm, Nora Rios, Amanda Sohrabi, Lancelot Ncube, William Legue e Simon Mezher, entre outros.

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