Com frequência apelidada de “O Sexo e a Cidade” pela geração Z, “Emily in Paris” tem sido um dos maiores sucessos da Netflix desde a sua estreia em 2020. A nova temporada, que estreou a 15 de agosto, continua a figurar entre os dez conteúdos mais populares da plataforma.
Nesta segunda temporada, houve uma adição bastante animadora ao elenco, que já contava com nomes como Lily Collins e Ashley Park: Kevin Dias, um ator luso-francês, cuja biografia inclui os pais Irene Dias e Carlos Fernandes.
Desde então, este artista de 33 anos dá vida a Benoît, um músico que se cruza, por acaso, com uma das protagonistas, formando com ela uma banda improvisada. A química entre Benoît e Mindy é quase imediata, marcada por uma paixão repentina e, naturalmente, algum drama.
Embora nunca se tenha profissionalizado na música, Kevin partilha um gosto comum com a sua personagem, pois também aprecia tocar guitarra e cantar; no entanto, nunca teve um grupo musical. A oportunidade para se juntar ao elenco veio através do seu agente, quando ainda havia um dos últimos papéis em aberto. A tão aguardada chamada com a resposta positiva aconteceu de forma inesperada, durante uma viagem de táxi. “Quando recebi a ligação a anunciar a boa nova, gritei de felicidade. O motorista ficou tão assustado que quase provocou um acidente”, relatou à NiT.
Na quarta temporada, que foi dividida em duas partes, a sua personagem passou por uma trajetória tumultuada ao preparar-se para a Eurovisão — um festival que, curiosamente, o ator afirma nunca ter acompanhado. Contudo, manifesta ser um “grande fã do Salvador Sobral, vencedor de 2017”.
Quando era miúdo, alimentava o sonho de se tornar “uma rockstar”, o que, de certa forma, tornou-se realidade nas últimas temporadas, onde teve de filmar uma cena de concerto diante de uma centena de figurantes. “Foi uma tarde extremamente divertida, porque filmámos muitos planos diferentes.”
Ao longo dos três anos que tem participado na série, já viveu muitos momentos memoráveis, mas Kevin Dias destaca um em particular: a final da segunda temporada, que foi bastante emocionante — e não pelos melhores motivos. De facto, estava previsto que o luso-francês gravasse nesse dia, mas testou positivo à Covid-19. “Tivemos de cancelar a cena. Senti-me muito triste e fui embora quase a chorar, sem sequer poder despedir-me de ninguém. Foi terrível.” Contudo, foi surpreendido pelos outros membros do elenco e, mais tarde, descobriu que “o teste tinha sido um falso positivo”.
A Netflix já confirmou a quinta temporada de “Emily in Paris”. O regresso de Lily Collins está garantido, mas ainda não existem informações sobre o futuro de Kevin Dias, nem do seu personagem, Benoît.
Confira agora a entrevista da NiT ao ator, onde reflete sobre a sua experiência na série americana, aborda o sucesso de “Podia Ter Esperado Por Agosto” e revela os seus planos em Portugal.
Como é que o Kevin se sentiu com o percurso do Benoît esta temporada?
É sempre um prazer voltar a pegar na guitarra e vestir as camisas divertidas e demasiado abertas do Benoît. Nesta temporada havia uma ambivalência que era interessante explorar, porque ele está a tentar reconquistar a Mindy, mas não sabe bem como, uma vez que também não quer mostrar os seus sentimentos. Ele está a sofrer por dentro, mas quer manter as aparências. Sinto-me muito sortudo por fazer parte desta série, que é sempre número um mundial cada vez que estreia na Netflix. E foi ótimo gravar uma canção novamente com a Ashley [Park], a “Don’t Go Breaking My Heart” do Elton John. Aliás, a nossa versão está disponível nas plataformas de música e é sempre muito engraçado para mim ver que muitas pessoas continuam a ouvir as canções que fizemos para a série.
Uma grande parte da história da personagem anda à volta da Eurovisão. O Kevin é fã da Eurovisão?
Efetivamente o grupo foi escolhido para representar França na Eurovisão, mas este projeto vai tornar-se mais complicado do que o Benoît e os restantes esperavam.
Tem algum vencedor favorito do festival?
Apesar de nunca ter acompanhado muito a Eurovisão, sou um grande fã do Salvador Sobral, que ganhou em 2017.
A quarta temporada tem uma mudança de Paris para Roma. Vocês gravaram em Itália?
Infelizmente, eu não. Os dois últimos episódios foram gravados em Roma, mas a minha personagem não fez parte desta parte da história. Estava ansioso por descobrir Roma, porque nunca tinha estado lá antes, e felizmente tive a sorte de irmos lá para a antestreia apresentar a quarta temporada ao público italiano.
Qual é a melhor memória que tem das gravações desta quarta temporada?
Filmar a cena de concerto foi um momento particularmente impressionante. Estar no palco em frente a uma centena de figurantes, a cantar, tocar guitarra, sem me esquecer, claro, dos desafios da personagem na história. Foi uma tarde inteira muito divertida porque filmámos muitos planos diferentes. É muito desafiante, mas para mim, que secretamente sempre sonhei ser uma rockstar, é sempre muito giro.
Continua a falar com os colegas de elenco atualmente mesmo não estando a gravar?
Claro, criou-se um grupo de amigos. Todos nós temos agendas muito ocupadas; por isso, é difícil vermo-nos frequentemente. Mas tem sido muito bom assistir ao desenvolvimento das carreiras uns dos outros e ficamos todos muito orgulhosos quando um de nós tem um novo projeto, por exemplo. Acho isso muito bonito e estimulante.
Quando pensa nas gravações não só da quarta temporada, mas da série inteira, qual é a sua história favorita?
É muito difícil escolher só uma porque em três anos vivemos muitos bons momentos. Se tivesse de destacar um, diria o meu último dia de gravação na segunda temporada, que era a primeira para mim. Foi bastante marcante simplesmente porque não pude gravar nesse dia. Era suposto filmar uma cena romântica bastante importante com a Ashley, mas estávamos na pandemia e tínhamos de fazer testes todas as manhãs nessa altura. Nunca tive qualquer problema durante a filmagem toda e nesse último dia testei positivo. Tivemos de cancelar a cena. Fiquei muito triste e tive de ir embora, quase a chorar, sem poder sequer despedir-me de toda a gente. Foi horrível. O que achei muito querido foi, alguns dias depois, receber um vídeo da Ashley com toda a equipa no set a bater palmas e a dar-me parabéns pelo meu trabalho. O mais irónico desta história toda é que afinal o teste acabou por ser um falso positivo.
O Kevin identifica-se com o Benoît?
Sim, temos muito em comum. Ambos gostamos de música e de tocar guitarra. Também uso muita roupa minha. Temos ambição e somos focados nos nossos caminhos artísticos. Acho só que não sou tão romântico como o Benoît.
Agora focando mais em Portugal, o Kevin foi um dos protagonistas do filme “Podia ter Esperado por Agosto”, que foi um enorme sucesso. Pretende continuar a apostar na indústria no nosso País?
Trabalhar com o César Mourão foi absolutamente incrível, umas das experiências mais gratificantes da minha carreira. Estou muito feliz com a forma como o público recebeu e gostou da minha personagem no filme. Fazer rir as pessoas em português era um desafio e, pelo feedback que tenho recebido, resultou. Agora quero praticar o português com maior frequência, para falar de forma cada vez mais fluente. Gostava muito de continuar a contar histórias em português, até porque há muitos realizadores portugueses, ou mesmo luso-franceses, que admiro e com quem gostaria de trabalhar.
Tem tido muitas ofertas aqui em Portugal?
Neste momento estou focado no presente, ainda no rescaldo do lançamento do “Podia Ter Esperado Por Agosto” e de “Emily in Paris”. Posso apenas revelar que gostava muito de me poder mudar para Lisboa no futuro próximo.
E quanto a Hollywood, já tem algum projeto em fila?
Estou a fazer o caminho para chegar lá. Devagar se vai ao longe.
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