“A secção de viagens do ‘The New York Times’ diz que a Polónia é o novo Portugal.” A referência surge logo nos primeiros minutos de “As Quatro Estações”, a nova série da Netflix que estreou a 1 de maio e que desde então ocupa o primeiro lugar entre as produções mais vistas da plataforma no País.
No sétimo episódio, nova menção ao nosso País, após Colby, um influencer de viagens do TikTok de regresso de Paris, ter afirmado que estaria a pensar mudar-se de vez para França. “Mas ele disse o mesmo sobre Lisboa”, brincou uma amiga.
O fenómeno da série é global e deve-se não só ao argumento, mas também ao elenco de luxo. Entre os protagonistas estão Steve Carell, conhecido por “The Office”, Tina Fey, Colman Domingo e Will Forte. A série é baseada no filme de culto “The Four Seasons”, de 1981, protagonizado por Carol Burnett, vencedora de sete Emmys, e Alan Alda, nomeado ao Óscar.
“Vi esta comédia cerca de 30 vezes quando tinha 11 anos porque, na altura, os meus pais estavam-se a divorciar e parecia que o filme era um documentário sobre a minha vida”, contou Kerri Kenney-Silver, outra das protagonistas da série, ao “Today”.
Criada por Tina Fey, Lang Fisher e Tracey Wigfield, a produção acompanha três casais amigos ao longo de quatro escapadinhas sazonais — uma por cada estação do ano. Em cada viagem, são confrontados com mudanças inesperadas, pequenas frustrações acumuladas e novos desafios que colocam à prova as amizades e os casamentos.
Ao longo de oito episódios, a obra criada por Tina Fey, Lang Fisher e Tracey Wigfield explora as complexidades das relações de longa data entre três casais amigos que se reencontram em escapadinhas sazonais. A narrativa desenrola-se ao longo de quatro viagens, uma por cada estação do ano, onde os casais Kate e Jack (Tina Fey e Will Forte), Nick e Anne (Steve Carell e Kerri Kenney-Silver), e Danny e Claude (Colman Domingo e Marco Calvani) enfrentam desafios que testam os laços da amizade e do próprio casamento.
A tensão aumenta quando Nick anuncia a sua intenção de se divorciar de Anne após 25 anos juntos, o que surpreende o grupo durante as aguardadas férias na primavera. A situação complica-se ainda mais quando o marido apresenta a sua nova namorada, Ginny (Erika Henningsen), uma mulher significativamente mais jovem. Conta ainda com a participação especial de Alan Alda, criador do filme original, que interpreta Don, o pai de Anne, o que estabelece uma ponte entre a versão clássica e a reinterpretação moderna.
Para Tina Fey, de 54 anos, esta é “uma carta de amor às relações de longo prazo, tanto platónicas como românticas”. “Às vezes, quando estamos a enfrentar dificuldades com o nosso parceiro, é preciso um grupo de amigos para trazer humor à situação”, disse ao “The Wrap”.
Steve Carell, de 62 anos, sublinha o tom humano da série. Em conversa com a Netflix, afirmou que “parece que estas pessoas existem nas nossas vidas há muito tempo. Há uma relação que os entrelaça e, entre si, falam a mesma língua — mesmo sem precisarem de usar as palavras”.
Esta não foi a primeira vez que Carell e Fey trabalharam juntos. Em 2010, contracenaram na comédia “Date Night”. No entanto, só agora criaram uma verdadeira amizade. “Nós somos os dois muito tímidos, então nunca tínhamos quebrado a espécie de barreira que havia entre nós”, explicou Carell ao “The Hollywood Reporter”. “Foi aqui que nos tornámos realmente próximos. Foi muito divertido e ela é incrível.”
Tina Fey confessou que o papel foi pensado de raiz para o ator. “Na carreira o Steve teve muitos papéis engraçados e também alguns dramáticos. Era desta dualidade que nós precisávamos.” O convite foi aceite de imediato. “Foi um sim instantâneo. Estamos a falar da Tina Fey. Não podemos dizer que não. Eu nem queria saber o que era, só queria participar”, brincou.
A crítica tem sido favorável. No Rotten Tomatoes, a série conta com uma pontuação de 79 por cento. O “Financial Times” descreveu-a como “uma comédia leve e, por vezes, dolorosa sobre o casamento”. Já o “The Guardian” considerou-a “inteligente e emocionalmente ressonante”, comparando-a a “The White Lotus”, mas sem assassinatos, e a “Gilmore Girls” “na menopausa”.
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