Bruno Gascon, o realizador, descreve “Irreversível” como “um thriller inquietante que aborda temas atuais e significativos da sociedade”. O primeiro episódio da série será exibido esta segunda-feira, 14 de outubro, pelas 21 horas na RTP1.
Embora ainda não tenha estreado, a produção já ganhou destaque internacional, tendo sido escolhida para integrar a Seleção Oficial do MIPDrama, festival que se realizou em Cannes, a 7 de abril. O júri considerou-a como uma das dez novas séries dramáticas mais esperadas de 2024. “Recebi feedback de algumas pessoas do público, que me felicitaram. Disseram que a série é pertinente e consegue, de facto, captar a atenção”, conta à NiT.
A narrativa segue Júlia Mendes, uma psicóloga atormentada, e Pedro Sousa, um inspetor determinado, que se juntam para desvendar o brutal homicídio de uma jovem numa cidade costeira. À medida que investigam o crime, ambos enfrentam os seus próprios demónios e tentam preservar as suas vidas intactas.
“Numa cidade onde todos escondem algo e estão dispostos a tudo para proteger os seus entes queridos, a busca pela verdade pode custar mais do que Júlia imagina, já que a partir do momento em que os segredos do passado são revelados, tudo se torna irreversível. Será que o amor justifica tudo?”, lê-se na sinopse.
O elenco é composto por Margarida Vila-Nova, Rafael Morais, Helena Caldeira, Ana Cristina de Oliveira, Pedro Languinha, Soraia Chaves, Paula de Magalhães e Afonso Lagarto. Ao contrário do que aconteceu nos trabalhos anteriores de Bruno Gascon, os atores foram escolhidos após o guião estar concluído.
“Normalmente, seguia o processo inverso: sabia com quem queria colaborar e criava as histórias das personagens à volta dessas pessoas. Desta vez, procurei atores que se ajustassem às personagens que escrevi. Para mim, é uma honra trabalhar com a Margarida, que é uma atriz excecional, mas, obviamente, só a chamei porque se encaixava.”
Além de girar em torno de um homicídio, a série aborda temas como o bullying e a depressão, que marcam o passado de vários intervenientes na história. Em paralelo, haverá um mistério envolvendo um miúdo desaparecido: “Criei uma teia e essas duas narrativas vão interligar-se no final”, revela.
Este é o primeiro thriller de Bruno Gascon, um género que sempre o fascinou, sendo um admirador de obras nórdicas do estilo. “A minha inspiração veio daí, mas quis adaptá-lo à realidade portuguesa, com temas portugueses.”
O argumento levou cerca de um ano a ser concluído e o principal objetivo sempre foi elaborar uma história em que o assassino não fosse facilmente previsível. “‘Irreversível’ tem muitas reviravoltas, pistas corretas e incorretas.” O clímax da trama só começa a despontar no penúltimo episódio.
As gravações arrancaram em março do ano passado e terminaram cerca de dois meses depois, em maio. Durante este período, a produção decorreu na Figueira da Foz, recebendo apoio financeiro da Câmara Municipal, o que contribuiu para o crescimento do projeto. “Infelizmente, em Portugal os orçamentos são sempre muito limitados”, lamenta.
A série conta com seis episódios, o que, segundo Bruno, foi uma grande vantagem. O realizador costuma trabalhar em filmes e, neste formato, teve a oportunidade de aprofundar o passado e as personalidades das personagens. “Consegui dar-lhes mais consistência, o que fará com que os espectadores se sintam representados. É importante reconhecermo-nos quando estamos a ver uma série ou a um filme. Queria mostrar um lado mais humano.”
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