Televisão

Nova série de “Grease” focada em minorias é acusada de ser “demasiado woke”

A produção inclui um elenco com protagonistas femininas, negras e LBGT. Vai haver um momento musical sobre supremacia branca.
Tem 10 episódios.

Um quarteto feminino com várias orientações sexuais, expressões de género e identidades raciais. Assim é o elenco da prequela de “Grease”, que chega 45 anos depois de John Travolta e Olivia Newton-John terem brilhado no original. A narrativa da série, que estreou a 6 de abril, acontece num liceu conservador dos anos 50 — e foca-se apenas em personagens marginalizadas.

Apesar do regresso nostálgico, o tom nas redes sociais foi pouco celebratório. O motivo? Além de ser escrita como algo fantasiosa, por não retratar a sociedade como existia, a produção está a ser acusada de ser “demasiado woke”.

“Agora estão a vir atrás de ‘Grease’? Os limites foram verdadeiramente ultrapassados”, comentou uma utilizadora no Twitter que, como muitos outros fãs, afirma que a releitura está a estragar o original.

Numa outra publicação, pode ler-se: “Nos anos 50, não havia disforia de género, gays assumidos, mulheres feministas a expor os rabos ou casamentos interraciais. Não condeno, mas não manchem o passado com o presente.”

Os episódios vão incluir ainda momentos musicais, entre os quais um tema que fala sobre supremacia branca. A letra inclui referência à exclusão “judeus, asiáticos  ou negros, mulheres solteiras ou gays”, de acordo com a Fox News. Uma possível crítica à falta de diversidade no filme de 1978.

As reações à notícia também não foram positivas: “A seguir: a prequela a ‘Titanic’ com robôs, lasers e Zelensky a salvar o mundo do aquecimento global” e “às vezes é melhor deixar os clássicos em paz” foram dois dos comentários deixados.

No elenco estão nomes como Madison Thompson, Marisa Davila, Cheyenne Isabel Wells, Ari Notartomaso, Charlotte Kavanagh, Tricia Fukuhara, Jason Schmidt, Kallie Hu, Jackie Hoffman, Josette Halpert ou Johnathan Nieves, entre outros.

As críticas ao “Grease” original em 2021

O filme original, um dos maiores blockbusters dos anos 70, foi recebido por muitas críticas nas redes sociais no início de 2021 — depois de ter sido transmitido na televisão britânica, pela BBC, nos últimos dias de 2020.  Acabou por demonstrar a forma como muitos dos jovens de hoje veem o filme de 1978 que retrata os anos 50.

Segundo o “Daily Mail“, os espectadores consideraram o filme “racista”, “sexista”, “homofóbico”, “misógino” e impulsionador de uma “cultura de violação”.

“‘Grease’ é demasiado sexista e exageradamente branco e devia ser banido dos ecrãs. Já estamos quase em 2021, afinal de contas”, escreveu um utilizador do Twitter, uma opinião que foi ecoada nas redes sociais por muitos outros britânicos, segundo a mesma publicação.

Um dos aspetos mais criticados foi a famosa transformação de Sandy, interpretada por Olivia Newton-John, numa vamp sedutora para conquistar o homem dos seus sonhos, Danny Zuko, protagonizado por John Travolta.

Outra das cenas mais polémicas acontece quando Putzie, um dos melhores amigos de Danny e membro do seu gangue de bad boys, se põe debaixo das bancadas para poder ver para dentro das saias das raparigas sentadas no campo de futebol daquela escola secundária ficcional.

Por outro lado, também foram apontados momentos homofóbicos, mais especificamente quando Vince Fontaine, o locutor de rádio que apresentou o baile do liceu, disse a todos os estudantes que não poderiam formar pares de dança com membros do mesmo género.

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