Em 2010, Cathy Terkanian recebeu uma carta a dizer que Aundria Bowman, a filha que deu para adoção 35 anos antes, tinha desaparecido em 1989. Decidida a encontrar respostas, contratou um detetive amador, juntou-se às forças de autoridade e embarcou numa jornada que se estendeu por dez anos. Esta história real inspirou “Prova de Fogo: Filha Desaparecida”, o novo documentário da Netflix que estreia esta quinta-feira, 12 de setembro. “O desfecho é de partir o coração”, descreve a plataforma.
A obra é realizada e produzida por Ryan White. Este último cargo também é partilhado com Jessica Hargrave, Matt Maher e Charlize Theron. Na verdade, a ideia de criar este projeto veio mesmo da atriz vencedora de um Óscar.
“A Cathy foi muito resiliente e seguiu sempre a sua intuição enquanto estava à procura de respostas. Este tipo de tenacidade face a um monte de gente que lhe disse que estava errada é algo que realmente ressoa no público. Ensinam-nos que devemos confiar no nosso instinto, mas raramente aplicamos isso”, conta Theron à própria Netflix.
Aundria Bowman, nascida Alexis Badger, foi dada para adoção por Terkanian quando tinha apenas nove meses. Quando tinha quase dois anos, foi adotada pela família Bowman, que vivia em Hamilton, no Michigan, Estados Unidos. A 11 de março de 1989 foi dada como desaparecida aos 14 anos. O caso nunca foi investigado a fundo porque as autoridades acreditavam que tinha simplesmente fugido de casa e que tinha decidido não regressar.
No entanto, em 2020, a verdade por detrás do desaparecimento veio ao de cima quando Dennis, o pai adotivo, confessou que a tinha assassinado. Matou a miúda durante uma discussão em que ela o tinha confrontado sobre o facto de a ter molestado quando era mais nova.
Antes disto, Cathy Terkanian já tinha dito que os pais de acolhimento eram os culpados pelo desaparecimento da jovem. Como viviam na mesma cidade, estava familiarizada com os comportamentos abusivos de Dennis e com os problemas de álcool que tinha.
Brenda Bowman, a mulher, testemunhou no tribunal e afirmou que Aundria lhe tinha dito que tinha sido violada pelo pai quando tinha 13 anos e, depois, quando tinha 14. Quando a jovem disse que ia levar a verdade a público, Bowman deu-lhe uma chapada, o que fez com que ela perdesse o equilíbrio e caísse das escadas.
Segundo o que os polícias disseram posteriormente, Dennis nunca pediu ajuda. Muito pelo contrário: tentou esconder todas as provas ao cortar todas as partes do corpo da miúda. Depois, enterrou-as em diferentes sítios de uma propriedade que tinha em Monterey Township, também no Michigan.
Apesar de um histórico de comportamento violento e criminoso, o pai conseguiu evitar suspeitas no desaparecimento durante vários anos. Porém, Bowman, que tem agora 75 anos, foi preso em 2019 pelo assassinato de Kathleen Doyle em 1980, após ter atraído a mulher para uma floresta na Virgínia.
Foi quando estava sob custódia por este caso que confessou ter matado também a sua filha adotiva, revelaram os polícias numa audiência do tribunal no Michigan. Três meses depois da confissão, os agentes encontraram os restos mortais da Aundria na tal propriedade, que era um descampado. Foi acusado de homicídio em 2020 e está a cumprir uma pena de prisão perpétua.
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