De telemóvel na mão como se fosse um influencer a fazer um vlog, João Caçoilas entrou no palco do “Got Talent Portugal” pronto para fazer toda a gente rir — e foi isso mesmo que o jovem de 17 anos fez, ao conseguir passar à próxima fase do concurso de talentos da RTP.
Esta entrada no programa foi uma escolha da equipa e o comediante aceitou imediatamente porque sabia que ia ser diferente dos restantes concorrentes. “A produção tem gente muito boa e porreira”, conta à NiT. Apesar de já ter passado por formatos semelhantes como o “Funtástico” da TVI e a “Casa Feliz” da SIC, garante que o “Got Talent” foi o seu favorito.
Na audição fez piadas com a bandeira de Cuba, genitália e gases. A combinação pode parecer atípica, mas a verdade é que resultou e embora as anedotas não sejam da sua autoria, deu-lhes um cunho pessoal. “Uma piada é como uma bufa num elevador: ninguém sabe quem foi o autor. Mas gosto de pegar nelas e adaptá-las à minha maneira”, explica.
No entanto, para João há tópicos que nunca serão alvo de anedotas. “Costumo dizer que não brinco com política, religião e mulheres.” Também não gosta de piadas machistas, racistas e homofóbicas. AQuer que as pessoas se riam e não que se sintam ofendidas e é por isso que opta seguir pelo caminho mais sexual. “É uma coisa que toda a gente gosta e ninguém leva a mal.”
A audição de João, natural de Vendas Novas, também se destacou graças a um comentário do jurado Rui Massena, que comparou o humorista a Pedro Granger — algo com o qual João não concorda, apesar de ser fã do trabalho do ator. “Gosto muito de ver telenovelas e do Pedro Granger, mas nunca me tinham dito que sou parecido a ele”, brinca.
Quando não está à frente da televisão a ver novelas, está a escrever piadas e poemas com duplo sentido. Esta é uma paixão que tem desde os seis anos, altura em que começou a levar para a escola livros de piadas infantis. “Quando fazia anos, era sempre isso que me davam”, recorda.
Contava o que aprendia aos professores e, em vez de ser repreendido, era elogiado. E quando os colegas de turma se portavam bem, eram recompensados com mais uma piada de João. Mesmo assim, o estudante de Línguas e Humanidades — curso que escolheu para “fugir à matemática” — já teve de sair da sala algumas vezes. “Quando era mais novo, falava muito e eles diziam para me ir embora que não me marcavam falta.”
Quando está a aprender matérias novas, também está sempre preparado para arranjar maneira de fazer toda a gente rir. “Às vezes os professores lançam uma palavra enquanto estão a falar e faço um trocadilho. Estou sempre a pensar em piadas quando estou a falar com alguém e, depois, anoto-as no meu bloco de notas para fazer poemas.”
Na verdade, na próxima prova do “Got Talent Portugal”, João, que também faz teatro desde miúdo, vai apresentar um poema original e duas anedotas com duplo sentido. “Quero dar a conhecer o meu talento às pessoas. Não estou no programa para ganhar o que quer que seja, mas sim para mostrar o meu trabalho e levar boa disposição aos portugueses”, reforça.
Além da participação no programa da RTP, o adolescente está a preparar um livro com poemas que tem escrito ao longo dos tempos — algo que faz desde 2023. O próximo já tem nome: “O Bouquet”. “Vem aí duplo sentido e malandrice”, conclui.
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