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O novo concurso sul-coreano é um regresso a “Squid Game” — mas sem as mortes

O reality show chama-se “Physical 100” e coloca 100 concorrentes a lutar pelo título do mais forte. Chegou à Netflix a 24 de janeiro.
A luta é impiedosa

Uma voz robótica e tenebrosa dá ordens a cem concorrentes vestidos com a mesma farda, vigiados por funcionários de cara tapada. Alinhados sobre números de um a cinquenta, veem descer sobre as suas cabeças uma estrutura metálica. Assim que se seguram nela, o chão abre-se e, por baixo dos seus pés, uma névoa impede qualquer perceção do que se irão enfrentar se caírem. O desafio? Aguentar o maior tempo possível agarrado à estrutura.

É impossível ver um par de minutos deste novo reality show sul-coreano e não ser imediatamente transportado para o ambiente de “Squid Game”, a série de ficção que retratava um sádico jogo que colocava frente a frente vários concorrentes, num jogo até à morte. Em “Physical 100”, a morte nunca está em cima da mesa — mas os instintos mais primitivos dos participantes são quase sempre matéria-prima para os desafios.

O concurso de sobrevivência chegou à plataforma a 24 de janeiro e não foi desenhado para os binge watchers do costume. Os nove episódios da primeira temporada vão sendo lançados um por semana, com a grande final a ter estreia marcada para 21 de fevereiro. Tal como em “Squid Game”, ao vencedor é prometido um prémio monetário, neste caso de cerca de 223 mil euros.

O reality sul-coreano está longe de ser o primeiro a desafiar as capacidades físicas dos concorrentes, mas fá-lo de uma forma original e premeditada. A apresentação foi feita com pompa, com a entrada de cada um dos 100 concorrentes, um a um, para se irem colocar ao lado de uma figura em gesso do seu tórax.

Um símbolo das diferentes forças em concurso: há super musculados, pugilistas ágeis, esguios dançarinos. O objetivo? Provar que nem só de força se trata esta competição.

O primeiro desafio exemplifica isso mesmo. Dois grupos de cinquenta participantes enfrentam a estrutura metálica de onde têm que se pendurar, apenas com a força dos braços. Elevados a uma altura considerável, ficam suspensos sobre uma piscina. Quem aguentar mais tempo, vence.

Naturalmente, os mais fortes (e mais pesados) acabaram por não resistir à gravidade e foram caindo aos poucos. Entre homens e mulheres, os resistentes demonstram não só resistência física mas também mental.

Entre os concorrentes, há um pouco de tudo. Um dos destaques vai para Hwang Ji Hoon, mais conhecido no seu país como Agente H, é um membro das forças especiais sul-coreanas na reserva, que se tornou numa celebridade, muito graças às redes sociais e aos seus vídeos no YouTube.

Yang Hak-seon é também outra cara conhecida e um atleta de exceção. Ginasta profissional, conquistou uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres de 2021, além de ter sido campeão mundial em 2011 e 2013. O elenco conta ainda com Shim Eu-ddeum, um youtuber de fitness, lutadores de MMA, culturistas, militares e wrestlers.

“Lutar até à morte, sobreviver até ao fim”, alerta o trailer com algum exagero. Naturalmente, nenhum limite de extrema violência é ultrapassado, o que não significa que os desafios não sejam salpicados com alguma violência.

O segundo desafio coloca os concorrentes frente a frente, em embates individuais. No meio de duas arenas é colocada uma bola. Ao fim de três minutos, o concorrente que a tiver nas mãos, é declarado o vencedor — o outro é eliminado.

O primeiro desafio

A arena mais animada conta com um pequeno lago enlameado, onde se dão os combates mais acesos, numa luta corpo a corpo selvagem e quase sem limites. Quando não há vencedor, há lugar a mais um minuto de prolongamento. E no calor dos confrontos, por vezes os ânimos exaltam-se e um ou outro golpe menos lícito tem lugar — mesmo que digam que nada disso é propositado.

No que toca a reality shows, “Physical 100” é entretenimento puro e uma lufada de ar fresco. Afinal, já ninguém aguenta romances, casalinhos e encontros.

 

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