De todos os problemas que um filme poderia provocar, um incidente linguístico estaria na lista dos menos prováveis. A verdade é que é precisamente isso que está a acontecer com a nova produção da Netflix, um filme familiar que se chama “Chupa”.

“E se lhe chamássemos Chupa?”, questiona a personagem principal, ao descobrir que a criatura mágica e inocente que encontrou se trata do mítico Chupacabras. “Sabes que Chupa significa sucker?”.

A questão é abordada no filme, mas naturalmente isso é feito do ponto de vista norte-americano. “Sucker” será alguém que é crédulo, ingénuo, facilmente enganado. Na definição mais literal do dicionário, será algo que suga — e é aqui que começam os problemas.

Após o anúncio do filme, os países latinos começaram a alertar para a problemática da escolha do nome, sobretudo para o que se pretende que seja um filme familiar. A definição informal do verbo é extensível aos países de língua espanhola e portuguesa, sobretudo pelo seu contexto sexual. Nas redes sociais, as piadas e os alertas multiplicaram-se.

“Imaginem a quantidade de pessoas pelas quais passou este título, até ao lançamento do trailer, sem que ninguém os avisasse que ao encurtarem a palavra chupacabra para chupa, estão a dizer literalmente a alguém para chupar. Os miúdos nem sequer deviam procurar isto no Google”, explica uma utilizadora no Twitter.

“Chupa” é uma produção cuja história assenta no mito do chupacabras, a lendária criatura que alegadamente voa e suga o sangue das cabras e do gado. O monstro, que faz parte da cultura popular sul-americana, é o ponto de partida da produção da Netflix que estreia a 7 de abril.

“Chupa: A Criatura Mítica” acompanha a viagem de Alex, um jovem americano, à sua família mexicana. É por lá que dá de caras com uma pequena e simpática criatura peluda com asas. São os amigos que lhe revelam o que ela realmente é: o lendário chupacabras. Uma narrativa a fazer lembrar o famoso “ET” de Spielberg, com Alex a tentar proteger Chupa dos caçadores que o pretendem apanhar.

O filme é realizado por Jonás Cuarón, o filho do célebre realizador mexicano Alfonso Cuarón. Sobre o filme, Cuarón diz que se trata de “uma criatura fofinha inspirada numa lenda aterradora”. O elenco conta com nomes como Christian Slater, Demián Bichir e Evan Whitten.