José Esteves, Tony Silva, Marilu ou o menino Nelito. Estas são algumas das personagens que se tornaram eternas no humor nacional. Criadas por Herman José, todas as figuras ganharam vida na série “O Tal Canal”, que juntou gerações de pais, filhos e netos em frente da televisão.
O formato, considerado um dos melhores programas de humor em Portugal, celebra 40 anos no dia 22 de outubro, domingo. Para assinalar o aniversário, a RTP está a preparar uma homenagem que também destaca os 50 anos de carreira do comediante de 69 anos.
O anúncio, pouco detalhado, foi feito durante a apresentação da nova grelha da estação pública, no Capitólio, a 13 de setembro. Espera-se que, durante todo o dia, o público conte com a transmissão de vários momentos icónicos da série, entrevistas a quem deu vida ao projeto e, claro, a reverência ao seu criador.
Transmitido entre 1983 e 1984, “O Tal Canal”, da autoria de Herman José, tornou-se um marco na forma de fazer comédia em televisão e consagrou o nome do humorista como um dos maiores talentos criativos da comédia em Portugal.
Caso não se recorde, o programa contava a história de um canal de televisão, presidido pelo doutor Oliveira Casca (interpretado, claro, por Herman) e parodiava os dois canais concorrentes, ambos estatais, desse tempo: a RTP 1 e RTP 2.
Tal como numa televisão real, existia um momento de informação – “O Informação 3”, apresentado por Carlos Filinto Botelho (novamente o humorista); um dedicado aos mais novos – “Momento Infantil” com o terrível menino Nelito e a paciente terapeuta, Palmira Peres (Lídia Franco); e uma rubrica desportiva – “Esférico Rolando Sobre a Erva”, que deu a conhecer o mítico Esteves.
Apesar do sucesso, Herman diz que fazer o formato era tudo menos divertido: “Era muito trabalhoso. Feito nos estúdios da RTP, muitas horas de gravação. Só foi prazer quando acabou e vimos os resultados, porque a construção foi um sofrimento”, revelou numa entrevista à NiT.
A RTP ainda considerou continuar com o programa durante mais seis meses. Mas Herman recusou: “Era o meu único trabalho na altura. Eles queriam mais doze episódios, mas eu precisava de ganhar dinheiro e a televisão pagava pessimamente. Não me dava ao luxo de continuar a não ganhar dinheiro, tinha várias pessoas a depender de mim.”
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