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O verdadeiro motivo para Adriane Galisteu ter sido censurada em “Senna”

A história da última namorada de Ayrton Senna foi reduzida a escassos minutos na produção da Netflix.
Namoraram nos anos 90.

Dois minutos e 34 segundos. Embora tenha sido a última mulher a namorar com Ayrton Senna, antes do trágico acidente que tirou a vida do piloto, aos 34 anos, Adriane Galisteu não teve direito a mais protagonismo no novo documentário da Netflix sobre o atleta, “Senna”, que estreou a 29 de novembro.

Logo após o lançamento da minissérie, a falta de atenção dada à atriz, interpretada por Julia Foti, tornou-se um dos assuntos mais discutidos nas redes sociais. Sobretudo face a outros relacionamentos que são retratados em detalhe na produção, como aconteceu com a paixoneta por Xuxa, uma das maiores apresentadoras de televisão do Brasil.

De acordo com a imprensa brasileira, a irmã do piloto, Viviane Senna, terá pedido à produção da série para que não incluísse a ex-namorada do piloto no argumento. A informação não foi, porém, confirmada.

A inimizade de Adriane com a família de Ayrton Senna tornou-se pública em 1994. Após a  apresentadora, atualmente com 51 anos, ter dado uma entrevista à revista “Playboy” e lançado um livro sobre a relação, foi acusada por Viviane, em declarações à revisa francesa “Paris Match”, de aproveitamento da morte do piloto.

“Se ela precisa de dinheiro, devia trabalhar como toda a gente e parar de explorar a imagem de um morto”, disse a irmã. “Não posso enumerar os problemas que essa rapariga causou à nossa família e que determinam a nossa posição. Se o fizesse, estaria a expor aspetos da vida privada dela. Não tenho esse direito.”

Quando começaram a namorar, Senna já era uma das maiores estrelas do automobilismo mundial. Desde o início, a família desaprovou este namoro, considerando que a atriz não se encaixava no perfil ideal para o piloto, oriundo de uma família tradicional e conservadora. Ainda assim, Galisteu sempre disse que tinham um relacionamento sólido.

As personagens no documentário.

Este conflito ganhou mais atenção mediática após a tragédia em Ímola, a pista italiana onde aconteceu o acidente a 1 de maio de 1994. Quando morreu, Adriane estava na casa do empresário de Senna, no Algarve, em Portugal. Os Senna preferiram não incluir Adriane nas homenagens oficiais ao piloto e houve várias disputas sobre como a forma como ele deveria ser lembrado.

Na altura, a jovem, uma modelo em início de carreira, foi ainda criticada por vários meios de comunicação e pelo público, que partilhavam a opinião de que se tinha aproveitado da fama do companheiro. Com o passar dos anos, a polémica foi perdendo força até que a série despertou novamente o debate.

Foi apenas seis meses após o acidente, que Galisteu lançou o livro “O Caminho das Borboletas”, onde relatava os “405 dias ao lado de Ayrton Senna”. A publicação, que na altura vendeu milhares de exemplares, foi baseada em 30 horas de entrevistas concedidas à jornalista Nirlando Beirão, agravando o distanciamento da família.

Após as recentes críticas ao documentário, a atriz acabou por comentar a polémica. “Todas as homenagens, sejam elas em forma de livro, filme, DVD, série ou minissérie, que digam respeito ao Ayrton, são todas maravilhosas, merecidas e muito, mas muito bem feitas”, começou por dizer num vídeo publicado nos stories do Instagram.

A artista recordou o ano e meio que passaram juntos, acrescentando que a história foi “vivida intensamente, cheia de amor e cheia de diversão”. E sublinhou: “Um Ayrton completamente diferente daquilo que vocês já viram”.

“Vivi esta história. Estou a falar-vos não sobre o que ouvi, não o que vi, mas sim o que senti, o que vivi. O que está a acontecer agora é a vida como ela é”, concluiu. “A única novidade é que talvez esteja a considerar a possibilidade de contar, pela primeira, vez esse último ano e meio da minha vida ao lado dele.”

A minissérie “Senna”, composta por seis episódios, explora, pela primeira vez na ficção, a trajetória de Ayrton Senna da Silva. O ator brasileiro Gabriel Leone, de 31 anos, é o protagonista da narrativa, que começa por abordar os primórdios da carreira do tricampeão mundial, no kart, em 1973.

Entre as personagens que fazem parte da minissérie estão nomes como Alain Prost (Matt Mella), Galvão Bueno (Gabriel Louchard) e Xuxa (Pâmela Tomé). O elenco conta ainda com Alice Wegmann (no papel de Lilian, primeira mulher de Ayrton) e Camila Márdila (que encarna Vivianne Senna, irmã do piloto). 

Leia o artigo da NiT para saber como foram gravadas as icónicas cenas de corrida de “Senna”. Aproveite e leia também a crítica ao documentário.

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