Chama-se “Pam & Tommy” e é a minissérie que conta a história real da famosa sextape de Pamela Anderson e Tommy Lee. Estreia na plataforma de streaming Disney+ esta quarta-feira, 2 de fevereiro. No total, tem oito episódios.
Estávamos em 1995 quando, apenas 96 horas depois de ver pela primeira vez Pamela Anderson casou com Tommy Lee, músico dos Mötley Crüe. Durante a lua de mel — onde se estavam praticamente a conhecer — o par filmou algumas das suas interações sexuais.
A cassete VHS acabou por ser roubada e divulgada na Internet sem o consentimento do casal — tornando-se num dos primeiros exemplos de como uma gravação deste teor se poderia tornar viral, muito por culpa da popularidade da estrela de “Marés Vivas” na altura.
Apesar de a série se centrar nesta história, os produtores não conseguiram obter qualquer autorização ou aprovação por parte de Pamela Anderson. Segundo a revista “Entertainment Weekly”, durante o processo foram feitas várias tentativas de contacto, mas a atriz nunca respondeu a nenhuma. A própria Lily James, que interpreta Anderson na série, esteve envolvida nessas diligências.
Os produtores adquiriram os direitos de um artigo da revista “Rolling Stone”, publicado em 2014, que relatava o caso e desfazia alguns mitos que surgiram em torno do episódio. “É uma daquelas histórias que não consegues acreditar que ainda não tenham sido adaptadas a um filme ou uma série”, explicou o showrunner Robert Siegel à publicação. “O artigo é de 2014, e foi bastante incrível descobrir que os direitos foram adquirido logo depois de ter sido publicado. Para mim, grita ‘minissérie’.”
A ideia sempre foi contar uma história empática para com Pamela Anderson e Tommy Lee — e os produtores quiseram, desde o início, assegurar essa garantia à antiga estrela de “Marés Vivas”. “Queríamos dizer, particularmente à Pamela, que o nosso retrato seria positivo, que nos preocupávamos com ela e queríamos que soubesse que a série a adora. Não obtivemos nenhuma resposta, mas tendo em conta aquilo por que passou, é compreensível”, conta à “Entertainment Weekly” outro dos showrunners, D.V. DeVincentis.
Ainda assim, o projeto seguiu em frente — mantendo a tal perspetiva positiva em relação a Anderson. “Se tiveres de apontar a pessoa relativamente a quem a série é mais empática, é a Pam”, comenta Siegel. “Estamos a colocar-nos de um lado — quando falas sobre a série e a cassete, fiquei chocado com a quantidade de gente que assumia que [Pamela e Tommy] estavam por dentro daquilo, algo que fico contente por poder esclarecer. São apresentados, de forma nada ambígua, como vítimas de um crime — que foi o que aconteceu.”
Na altura em que as imagens foram divulgadas, muitos assumiram que o casal tinha vendido a sextape em busca de mais fama e dinheiro. Não foi, de todo, o que aconteceu: a cassete foi roubada por um eletricista.
“O que tentámos fazer foi mudar a narrativa sobre o que se passou. E foi uma oportunidade para olharmos para a história com uma perspetiva dos dias de hoje e para o ultraje e as atrocidades que se seguiram”, acrescenta o realizador de três dos episódios, o cineasta Craig Gillespie (autor de “Cruella” ou “Eu, Tonya”).
Os showrunners explicam que a série é bastante fiel à realidade, baseando-se no artigo da “Rolling Stone” — a única coisa que tiveram de inventar foram os diálogos entre as personagens.
Esta história também é relevante porque mudou o paradigma em relação às chamadas sextapes. “Vivemos numa era pós-sextape da Pam e do Tommy”, diz DeVincentis. “Esta cassete começou tudo e todos os que acompanharam o caso e viram a exposição que lhes deu fizeram lançamentos das suas próprias gravações”, acrescenta o showrunner, referindo-se a pessoas que, ao longo dos anos, alegadamente divulgaram as próprias sextapes em busca de se tornarem ainda mais célebres.
“É por isso que muitos assumem que a Pam e o Tommy também o fizeram, quando, na realidade, aconteceu o oposto. Ficaram horrorizados quando as imagens se tornaram públicas e ficaram traumatizados. Asérie é muito sobre a força e o heroísmo da Pamela Anderson nos bastidores, sobre a forma como lidou com aquilo.”
Por outro lado, os showrunners assumem que não tiveram exatamente a mesma preocupação em relação a Lee. “O Tommy é uma figura pública e penso que o tratámos suficientemente bem. E soubemos entretanto que ficou entusiasmado com a série.” O músico é interpretado por Sebastian Stan.
O elenco inclui ainda Seth Rogen, Taylor Schilling, Nick Offerman, Paul Ben-Victor, Paul Sinacore, Pepi Sonuga ou Mozhan Marnò, entre outros nomes.
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