A Polícia Judiciária está à procura da fortuna de Ana Lúcia Matos que estará no Dubai, avança o “Correio da Manhã”. As autoridades admitem que a ex-apresentadora e o marido, Max Cardoso, podem ter milhões de euros escondidos num paraíso fiscal no emirado.
Por isso, estão à procura do dinheiro, uma vez que o juiz do caso admitiu poder haver risco de fuga, caso Ana Lúcia Matos tente aceder às contas — onde alegadamente estarão as verbas do esquema fraudulento de fuga ao IVA.
Ainda assim, Ana Lúcia Matos está em liberdade, enquanto Max Cardoso ficou em prisão preventiva, decidiu o juiz esta terça-feira, 6 de dezembro, quando revelou as medidas de coação do caso. Todos os arguidos tiveram de entregar os passaportes — os que não estão detidos ficam sujeitos a termo de identidade e residência e estão proibidos de abrirem contas bancárias ou criarem empresas, além de estarem interditos de comunicarem entre si.
Ana Lúcia Matos, de 36 anos, que se tornou numa estrela do Instagram devido aos looks luxuosos e às viagens exóticas, chegou a ser detida na semana passada — mas foi libertada após o depoimento perante o juiz no Tribunal de Instrução Criminal do Porto.
O casal aguardava a obtenção de vistos de residência para se mudarem para o Dubai quando foram detidos pela Polícia Judiciária — inicialmente voltaram para trás, uma vez que Max Cardoso tinha uma condenação de prisão efetiva em França.
A ex-apresentadora de televisão negou ter qualquer envolvimento no esquema de fraude fiscal e há mais: também revelou não ter conhecimentos nenhuns sobre assuntos relacionados com o IVA. Durante o interrogatório, a figura pública mencionou que o marido já lhe tinha dito que fazia investimentos perigosos, mas nunca se envolveu nessas atividades.
Confirmou ainda que o marido tinha residência fiscal em França e fazia de tudo para fugir ao fisco. Ana Lúcia Matos realçou ao juiz o facto de ser mãe de duas crianças e foi libertada na passada sexta-feira, 2 de dezembro.
Já o marido, acusado de ser o cabecilha do esquema, recusou-se a prestar declarações. Na próxima terça-feira, 6 de dezembro, às 11 horas, os 14 suspeitos vão voltar a estar presentes numa sessão onde serão conhecidas as medidas de coação.
Sob o nome de Operação Alibi, a detenção do grupo está inserida numa mega-operação relacionada com uma fraude no IVA. Segundo as autoridades, o esquema terá lesado os contribuintes europeus em perto de 2.200 milhões de euros.
Em Portugal, além de Ana Lúcia Matos e Max Cardoso, terão sido identificadas mais 12 pessoas de nacionalidades portuguesa e francesa. As buscas, que terão decorrido na sua maioria em território nacional, resultaram na apreensão de mais de dois milhões de euros em dinheiro, veículos de luxo, mais de 40 imóveis e mais de 600 contas bancárias.
Segundo a Procuradoria Europeia, trata-se da “a maior fraude carrossel em matéria de IVA jamais investigada na União Europeia”. Neste esquema estarão envolvidas várias dezenas de empresas nacionais. Leia também este artigo da NiT sobre a obsessão de Ana Lúcia Matos pela fama e o que motivou todas as suspeitas.