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A nova série de true crime que os portugueses não conseguem parar de ver

O macabro assassinato de Laci Peterson parou os EUA. Agora, uma nova série documental revisita o caso. Já é o mais visto na Netflix em Portugal.
É uma história arrepiante.

É um dos casos de true crime mais infames na história dos Estados Unidos. Na véspera de Natal de 2002, Laci Peterson desapareceu da sua casa em Modesto, Califórnia, quando estava grávida de oito meses do primeiro filho. A história apareceu em todos os jornais e revistas durante meses até à descoberta do corpo em São Francisco.

As autoridades rapidamente construíram um caso contra Scott, o marido acusado do assassinato da mulher e do filho que nem sequer tinha nascido. Em 2004, foi condenado com duas acusações de homicídio — da mulher e do feto —, mas declarou-se inocente, uma posição que mantém até hoje. O caso chegou na quarta-feira, 14 de agosto, à Netflix e os portugueses estão a adorar — com três episódios, é a série mais consumida atualmente.

O julgamento começou em junho de 2004 e criou um enorme circo mediático. O ministério público alegou que Scott tinha assassinado a sua esposa para se livrar das responsabilidades da paternidade e de um casamento infeliz. A defesa, por outro lado, disse que Laci tinha sido vítima de um assalto que não correu bem. A causa da morte nunca foi conhecida. Isto porque o corpo estava em muito mau estado. Não tinha cabeça, braços, pernas e todos os órgãos tinham sido removidos, com exceção do útero.

Em novembro de 2004, Scott foi condenado por homicídio em primeiro grau pela morte da mulher e homicídio em segundo grau pela morte dp filho. No ano seguinte, foi sentenciado à morte.

No entanto, em 2020, o Supremo Tribunal da Califórnia anulou a sentença de morte de Scott, alegando erros na seleção do júri, mas manteve a sua condenação pelos assassinatos. Dois anos depois, foi determinado que Scott iria cumprir prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. Embora o caso parecesse encerrado, o homem continuou a lutar para provar a sua inocência. Pediu até um novo julgamento, mas este foi negado em 2022.

O documentário revela que, no início deste ano, o Los Angeles Innocent Project assumiu o caso de Scott Peterson. A organização, conhecida por trabalhar em nome de indivíduos condenados injustamente, acredita que ainda há questões por resolver.

Em maio, um juiz ordenou um novo teste de ADN numa fita adesiva encontrada nas calças de Laci, uma prova que poderia oferecer uma nova perspetiva sobre o crime. No entanto, não encontraram nenhum perfil correspondente, ou seja, foi mais um beco sem saída. Agora com 51 anos, Scott continua a cumprir a sua sentença na Prisão de Mule Creek, na Califórnia. O envolvimento do Los Angeles Innocent Project trazem-lhe esperança.

Na série documental, o realizador Skye Borgman utiliza novos vídeos, filmagens do interrogatório e imagens das câmaras do tribunal para revisitar esta investigação dramática e conturbada. Também há entrevistas com detetives, advogados e membros do júri que estiveram presentes durante o decorrer do julgamento.

Entre os novos materiais, é revelada uma conversa com Amber Frey, a mulher com quem Peterson tinha um relacionamento extraconjugal na altura em que Peterson desapareceu. A participação de Frey no caso foi crucial para a polícia conseguir obter novas informações. Pela primeira vez, Sharon Rocha, a mãe da vítima, dá uma entrevista mais extensa sobre toda a situação e onde fala principalmente da dor que continua a sentir volvidas duas décadas.

“A Sharon deu entrevistas aos meios de comunicação quando a Laci desapareceu, mas nunca se sentou para um documentário”, conta Borgman à Netflix. “Não é colocar-se à frente de uma câmara 20 anos depois. Mas nós queríamos que isto fosse sobre a Laci e pretendíamos que as pessoas se lembrassem dela. Queria falar sobre o espírito dela e sobre as libelinhas que ela adorava, como a Laci continua no coração dos familiares e como pensam todos os dias em Conner, o filho.”

Além de Rocha, “Homicídio nos EUA: Laci Peterson” conta com entrevistas aos amigos da vítima, bem como à família de Scott e aos agentes da autoridade que ajudaram a concluir o caso. A série documental, porém, vai muito além desta história específica.

“Há uma estatística que, para mim, é extremamente chocante. A principal causa de morte para as mulheres grávidas é o assassinato. Sempre que digo isto às pessoas, não acreditam e dizem que não pode ser verdade, mas é. Quero que as pessoas acabem de ver isto e que reflitam”, conclui o cineasta.

Carregue na galeria e conheça algumas das séries e temporadas que estreiam em agosto nas plataformas de streaming e canais de televisão.

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