Ali Riza toca violinos nas ruas para quem o quiser ouvir. À sua frente está quase sempre a filha de oito anos, que dança ao som da música e serve de chamariz aos poucos que param e atiram as esmolas.
A vida de pai e filha é interrompida por um diagnóstico dramático: Riza está a morrer. Sem mãe, a jovem Ozlem arrisca-se a ficar órfã. É neste cenário que entra Mehmet, o irmão que se afastou da família e que se tornou num violinista mundialmente famoso.
“Ao fim de 32 anos, vens-me falar da tua filha como se nada tivesse acontecido?”, responde ao apelo de Riza. “Não venhas ao fim de todos estes anos falar-me de família.” O diagnóstico cumpriu-se e Ozlem perde também o pai.
É neste cenário de drama que arranca “O Violino do Meu Pai”, uma produção turca que surgiu discretamente no catálogo da Netflix a 21 de janeiro e, sem se dar por ele, conquistou um lugar no top das tendências de filmes em Portugal. E, tal como lá fora, o filme é acusado de provocar lágrimas, muitas lágrimas.
A história pode parecer familiar. Afinal, foi há quase dois anos que outra produção turca se transformou num fenómeno, o igualmente dramático “Milagre na Cela 7”.
O dedo para o drama dos turcos parece estar bem calibrado e “Babamin Kemani”, no título original, poderá muito bem destacar Engin Altan Duzyatan (Mehmet), ator de 42 anos bem conhecido no seu país, bem como a nova estrela Gulizar Nisa Urau (Ozlem). Pelo menos é o que as críticas que andam pelas redes sociais indicam.
Com pouco menos de duas horas de duração, “O Violino do Meu Pai” já está disponível na Netflix. Mas não vá para o sofá sem um pacote de lenços. Vai precisar deles.