Televisão

Regresso de “The Crown” arrasado pela crítica: “A definição de má escrita televisiva”

Prometia fechar a saga em grande, mas está a ser enxovalhado. "É tudo tão mau que parece uma experiência fora do corpo."

Não se pode dizer que ninguém tenha sido avisado. Há precisamente um ano, discutia-se o facto de a quinta temporada de “The Crown” poder realmente ser o pior capítulo da saga. No dia do levantamento do embargo das críticas, a 5 de novembro, assistiu-se a uma parada de lamentos e reparos dirigidos à criação de Peter Morgan.

Volvido um ano, a história da Família Real britânica continua a contar-se nos episódios da sexta e última temporada. A série, que chegou à Netflix esta quinta-feira, 16 de novembro, voltou a surpreender — e a acumular ainda mais críticas negativas.

É do “The Guardian” que chega talvez a mais sangrenta de todas. “É tão má que é basicamente uma experiência extra-corporal”, escreve a crítica Lucy Mangan. “A série obcecada por Diana é a definição de má escrita. Apesar do elenco brilhante, é um grosseiro o mergulho no abismo ao pior estilo telenovela — especialmente nas cenas atrozes com o fantasma de Lady Di.”

O fatídico destino da chamada “Princesa do Povo” não é surpresa para ninguém. E já havia sido mencionado pelos criadores que o desastre não iria ser mostrado, mas que aconteceria antes do final da temporada. Os últimos meses de vida são detalhados a “um verdadeiramente castigador nível de detalhe”.

Para Mangan, os novos episódios estão repletos de “patetices noveleiras” típicos de um filme Hallmark. O pior? O surgimento da assombração que atormenta as diversas personagens. “O fantasma é apenas uma peça naquilo que é agora uma grosseira e rotineira produção, com um guião que não chega aspirar a ser profissional, muito menos arte.”

“The Crown” surge assim, com 16 avaliações contabilizadas pelo agregador Rotten Tomatoes, com uma pouco auspiciosa cotação de 56 por cento. Isto apesar de a nota do público ser bastante alta: 98 por cento. No agregador vizinho, o Metacritic, o cenário é menos dantesco: a sexta temporada safa-se com um 78 em 100.

Pontuações à parte, é no detalhe das críticas que o drama verdadeiramente se desenrola. “A série descarrila num melodrama”, assinala o “New York Post”. “O terceiro e quarto episódio são a pior sequência de sempre em ‘The Crown”, diz o “Hollywood Reporter”.

Sem surpresas, a sexta temporada chegará rapidamente ao topo dos mais vistos e cimentará o estatuto de uma das mais bem-sucedidas sagas da gigante do streaming. Só não deverá ser o final apoteótico que se antecipava.

“O que acontece atrás de portas fechadas?”, questiona o crítico da “New York Magazine”. “O melhor que poderíamos desejar, responde ‘The Crown’, à medida que as encerra de vez.”

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