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“‘Salto de Fé’ não é uma crítica à igreja. É sobre o lado humano das pessoas”

A série estreia na RTP esta segunda-feira, 5 de agosto. Diogo Valsassina interpreta um padre que não consegue mentir.
Prepare-se para rir.

Deixe de lado o terror, o drama, o thriller e a ficção científica. Jorge Queiroga considera a comédia o género mais desafiador de criar. “Fazer comédia é provocar risos, e isso não é tarefa simples. O que pode fazer rir uma pessoa pode não ter graça nenhuma para outra. É preciso tomar decisões. Os textos precisam ser muito bem elaborados, e os atores têm de ser muito dedicados para que tudo funcione”, revela o cineasta em entrevista à NiT.

Jorge Queiroga é o responsável pela realização de “Salto de Fé”, que estreia na RTP na próxima segunda-feira, 5 de agosto, às 21 horas. A série acompanha um jovem padre idealista, “marcado pela sua dificuldade em mentir, enviado para uma paróquia isolada no interior do país, onde o seu otimismo cristão e ingenuidade serão desafiados por uma comunidade de pecadores”, lê-se na sinopse.

egressando ao tema do humor, Jorge admite que “nem sempre é bem-sucedido”. “Por vezes, temos uma ideia e pensamos que vai dar uma ótima piada, mas depois não resulta como esperávamos. Contudo, há outras que conseguem ganhar vida graças ao talento do elenco. É fundamental mantermos uma mente aberta e sermos exigentes e organizados no nosso trabalho. Durante as filmagens, é imperativo termos liberdade para pensar”, acrescenta.

Felizmente, Diogo Valsassina destacou-se no seu papel. O padre Tiago foi totalmente desenvolvido pelo ator, assim como as restantes personagens. “Conversava com Diogo, e ele compreendia que precisava transmitir a verdade de forma leve, pois era algo que se encaixava na natureza do protagonista. Isso é realmente fascinante”, sublinha o realizador.

A história desenrola-se na aldeia fictícia de Provação, embora as filmagens tenham ocorrido em Castelo Novo, no Fundão. “Queria filmar numa aldeia onde sentíssemos que estávamos longe, num lugar desterrado, quase remoto”, explica.

A localidade reunia todas as características que Jorge procurava. Sendo uma aldeia granítica e representativa de um Portugal mais tradicional, sem edifícios ou trânsito, criou o cenário perfeito.

No entanto, Jorge confessa que filmar naquela região teve os seus desafios, especialmente devido ao frio intenso que enfrentaram. A boa receção dos habitantes ajudou, mas “tivemos de trabalhar arduamente”, reforça.

Apesar do título e das personagens, “Salto de Fé” não se centra apenas na igreja, mas sim na condição humana, “não como seres religiosos, mas como pessoas”. Para garantir uma representação mais realista, Diogo teve aulas com um padre para aprender como segurar um terço e como celebrar uma missa.

“Não se trata de uma crítica à igreja, mas sim de explorar o lado humano das pessoas e os conflitos que enfrentam. Este é um padre que não consegue mentir e que se vê constantemente questionado pelos habitantes da aldeia. Os conterrâneos, por tradição, são pouco acolhedores ee não o querem lá porque diz as verdades todas”, salienta Jorge.

Para o realizador, o que vai cativar os portugueses é a oportunidade de “passar uma boa meia-hora com personagens interessantes e cativantes, numa narrativa ambientada em Portugal”. A produção contará com 13 episódios, que serão emitidos de segunda a sexta-feira na RTP.

Carregue na galeria e conheça algumas das séries e temporadas que estreiam em agosto nas plataformas de streaming e canais de televisão.

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