Televisão

A série documental que vai contar histórias reais (e macabras) de crimes portugueses

“Depois do Crime” é uma produção da RTP da autoria de Rita Marrafa de Carvalho — e que se vai centrar em três casos.
O caso de Luís Militão é um dos três em destaque.

Alimentado pelas plataformas de streaming como a Netflix ou a HBO, pelos podcasts internacionais ou pelos canais temáticos próprios (como o ID — Investigation Discovery ou o Crime + Investigation, em Portugal), o género televisivo das séries documentais de crime tem-se tornado cada vez mais popular.

Desta forma, abriu-se caminho para estrear aquela que pode ser considerada como uma das primeiras séries documentais de crime feitas em Portugal — se não for mesmo a primeira. “Depois do Crime” estreia esta segunda-feira, 21 de setembro, na RTP1, a partir das 21 horas, e é um projeto da autoria da jornalista Rita Marrafa de Carvalho.

Três crimes que chocaram o País estão em destaque nesta primeira temporada de seis episódios. Os três tiveram uma enorme cobertura mediática e longos processos judiciais.

O primeiro caso que é abordado em “Depois do Crime” é o do Padre Frederico, que aconteceu em 1992. O padre brasileiro, residente na ilha da Madeira, foi acusado da morte e abuso sexual de um jovem de 15 anos. Luís Correia foi encontrado no fundo de uma ravina sem camisa, descalço e com sinais de uma forte agressão na cabeça.

O padre e o alegado amante, de 19 anos, foram condenados. Frederico Cunha foi sentenciado a 13 anos de prisão. Depois de cumprir seis, teve direito a uma saída precária. Só que aproveitou para fugir para o Brasil.

“A culpa do padre no homicídio foi sempre uma dúvida que existiu entre jornalistas, advogados e investigadores. A RTP documenta o caso: conversou com os protagonistas sombra e encontrou, no Brasil, Frederico Cunha. E se este homem está, de facto, inocente?”, descreve a sinopse da série documental.

A série tem entrevistas intimistas com os protagonistas das histórias reais e recorre apenas aos seus depoimentos para relatar os casos não há, como é habitual em reportagens ou outros formatos de investigação jornalística, a voz de um repórter a contar o que aconteceu. Trata-se de uma linguagem diferente.

“Depois do Crime” promete olhar para estes casos com o distanciamento temporal e afetivo suficiente para que o público possa ter novas perspetivas sobre eles, colocando questões que sempre foram pertinentes mas que agora têm mais espaço para existirem. Vai permitir ainda refletir sobre a forma como a justiça portuguesa funcionava há 20 ou 30 anos e de como a opinião pública, ou os preconceitos da altura, podiam influenciar os casos.

Além disso, a produção da RTP revela factos e pormenores nunca antes divulgados. O segundo episódio, que vai para o ar às 21 horas desta terça-feira, dia 22, continua a história do Padre Frederico.

O segundo caso é o de Luís Militão, que ficou conhecido como o “monstro de Fortaleza”. Aconteceu em 2001, quando este português emigrado no Brasil assassinou seis empresários portugueses por motivos financeiros. Foi condenado a 150 anos de prisão no Brasil e este caso demonstra também as disparidades entre a justiça brasileira e a portuguesa.

“Depois do Crime” vai também contar a história do Mata-Sete, ocorrida em 1987. O bancário Vítor Jorge, da Marinha Grande, ficou assim conhecido depois de ter assassinado sete pessoas (cinco raparigas jovens e a própria mulher e filha) na Praia do Osso da Baleia, no concelho de Pombal.

O trabalho de investigação arrancou em outubro do ano passado e focava-se em vários outros casos — a pandemia obrigou a que, por enquanto, só se fizessem episódios sobre três crimes. 

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