A Disney+ vai levar, mais uma vez, os espectadores até à luxuosa Nova Iorque dos anos 60 na segunda temporada de “Feud: Capote Vs. The Swans”, que estreou na plataforma de streaming a 12 de fevereiro. O escritor Truman Capote e as suas amigas íntimas , as “cisnes” da alta sociedade, vêem-se novamente imersos numa batalha de traições e desilusões.
A obra segue a relação entre Capote (Tom Hollander) e algumas das mulheres mais poderosas e influentes de Nova Iorque, incluindo Babe Paley (Naomi Watts), Ann Woodward (Demi Moore), Slim Keith (Diane Lane), C.Z. Guest (Chloë Sevigny) e Lee Radziwill (Catherine Zeta-Jones).
Conhecidas pela sua sofisticação, inteligência e elegância, tornam-se no alvo de Capote quando decide, num momento de necessidade criativa e talvez vingança pessoal, revelar os seus segredos mais íntimos no seu famoso manuscrito “La Côte Basque 1965”. O que parecia uma obra que poderia solidificar a sua grandeza literária, acaba por gerar um escândalo imenso, que marca o fim da relação de Capote com as mulheres que ele mais adorava e admirava.
Capote é apresentado como uma figura encantadora e, ao mesmo tempo, traiçoeira. “Capote era uma mistura de duas figuras antagónicas: o encantador amigo íntimo que se torna quase um confidente, e o escritor ambicioso que não tem limites quando se trata de garantir a sua relevância e sucesso. Ele tinha uma relação de amor e ódio com as ‘cisnes’, mas também com ele mesmo. Essa dualidade foi um desafio fascinante para mim”, disse Tom Hollander à “Vanity Fair”.
Uma das figuras centrais da nova temporada é Babe Paley, uma das mulheres mais sofisticadas da elite nova-iorquina. Naomi Watts afirma que, embora poderosa, Babe sentia um grande vazio dentro de si. É verdade que amava Truman, mas sabia que não era digno de confiança. A lealdade do escritor estava sempre a ser posta à prova e foi isso que chamou a atriz para o papel. “Como é que alguem pode amar uma pessoa que a destrói ao mesmo tempo?”, questionou à mesma publicação.
O argumento da série foi escrita por Lauren Leamer, que passou anos a estudar a vida do autor para, no final, chegar a uma conclusão. “O seu maior erro foi achar que as ‘cisnes’ jamais o abandonariam. Eles estava errado. Elas podiam ser manipuladas, mas nunca aceitariam serem humilhadas publicamente”, disse à “Variety”.
“Capote Vs. The Swans” foi um sucesso entre os críticos e recebeu dez nomeações aos Emmys — e venceu na categoria de Melhores Figurinos. Os aplausos do público deixaram a equipa em êxtase e a aprovação foi necessária após as dificuldades que passaram durante as gravações, que foram um período bastante emocional.
“Era quase como se estivéssemos imersos num mundo onde tudo era perfeito e, ao mesmo tempo, vazio. O que fizemos — e o que Capote fez — foi colocar um espelho nas falhas e nos medos da sociedade. Tentámos capturar tanto a superfície quanto a profundidade das personagens e isso foi um grande desafio”, disse Chloë Sevigny, que interpreta C.Z. Guest, à “Vogue”.
A segunda temporada começou a ser filmada em 2023 e focou-se na recriação meticulosa dos anos 60 em Nova Iorque, com figurinos de luxo. Lou Eyrich, a designer, disse ao “The New York Times” que “cada vez tido e cada acessória tem que representar a personalidade de cada personagem, mas também para mostrar o contraste entre o que eles queriam que o mundo visse e o que realmente sentiam”.
Tal como o primeiro, o novo volume está a ser elogiado pela crítica, que dá um destaque particular a Tom Hollander como Truman Capote. “Brilha novamente na sua capacidade em capturar a essência de Capote, uma figura de contradições onde a sua inteligência se mistura com uma crueldade inata”, escreveu o “The Hollywood Reporter”.
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