“Shogun” está a ser um dos maiores sucessos este ano e, na gala dos Emmys que decorreu este domingo, 15 de setembro, foi a obra mais premiada. No total, venceu 18 troféus, entre os quais nas categorias de Melhor Série Dramática, Melhor Ator numa Série de Drama, Melhor Atriz numa Série de Drama, entre vários outros.
Estreou na Disney+ a 27 de fevereiro e, nos primeiros seis dias após a estreia, foi vista por nove milhões de utilizadores em todo o mundo. O último capítulo chegou à plataforma de streaming a 24 de abril.
As comparações com “A Guerra dos Tronos” não tardaram a surgir. “As duas séries partilham várias semelhanças, a começar na mitologia, nas complexas tramas políticas, na violência e personagens bem representadas”, acrescenta a “Screen Rant”. Adaptada do romance de James Clavell, publicado em 1975 (e que em 1980 também serviu de inspiração para outra série), a narrativa decorre no Japão, em 1600, naquele que foi o início da guerra civil que mudou para sempre o país.
O grande protagonista Yoshii Toranaga (Hiroyuki Sanada), líder de uma de cinco fações que controlam o país, vê-se encurralado pelo Conselho de Regentes, após a morte de Taiko, o líder que garantia a paz. É neste contexto de tensão que chega à costa um estranho navio europeu liderado por um capitão inglês (Cosmo Jarvis). John Blackthorne, católico protestante, guarda alguns segredos — e para salvar a vida, acaba por fazer algumas revelações que provocam uma caótica reação em cadeia.
Os capítulos ficaram marcados pelo derrame de sangue, por amizades forjadas e depois quebradas e, acima de tudo, pelo ambiente místico do Japão. “É um estudo complexo de poder, guerra e traição. Não esperava muito, mas está a ser fascinante”, descreve o crítico do “The Guardian”.
Apesar de nenhuma das personagens falar português — o inglês surge como substituto natural, para contrastar com os muitos diálogos em japonês —, o nosso País tem um papel de destaque no desenrolar dos episódios. Toda Mariko, uma das protagonistas, interpretada por Anna Sawai, é leal aos católicos jesuítas portugueses e missionários que a convertem à sua religião. Blackthorne, o grande herói da história, teme que esta lealdade possa ser um empecilho na relação que se começa a formar entre ambos. Graças a este desenvolvimento, o retrato do nosso País não é propriamente favorável.
Entre muitas das revelações que servem de gatilhos a ações na série, estão factos históricos da relação entre Portugal e Japão. O facto de a série se ter mantido fiel à realidade — embora com alguns elementos ficcionados — foi outro dos muitos detalhes dignos de elogio pela crítica. “É uma obra complexa e intrigante, resultado da combinação da história japonesa e do interesse de James Clavell [o autor do livro que inspirou a produção] pelo país”, diz o “Independent”.
Leia o artigo da NiT e conheça melhor esta obra que deverá ter uma segunda temporada, algo que ninguém esperava — tal como também lhe contámos.
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