As rendas continuam a subir. O rebentamento da bolha imobiliária nunca aconteceu. E, num futuro não muito distante do nosso, encontrar uma casa para viver tornou-se ainda mais difícil.
É este cenário da produção norueguesa “The Architect”, que foi ovacionada no Festival de Berlim, onde foi considerada a melhor série em competição. Estreou a 5 de setembro na plataforma de streaming Filmin, onde a minissérie de quatro episódios é já a mais vista.
No papel principal está Julie, uma jovem arquiteta a estagiar num gabinete de renome. Sem grandes posses e sem possibilidade de fazer um empréstimo, vê-se resignada a encontrar refúgio em pequenos recantos improvisados no subsolo — e cujas rendas são minimamente comportáveis.
Para tentar reduzir a escassez na habitação, Oslo decide construir mil novos apartamentos, mas opta por um concurso público para tentar perceber como isso poderá acontecer. A proposta chega ao gabinete de Julie, que acaba por ter uma ideia.
Com os parques de estacionamento subterrâneos vazios depois da proibição de circulação de automóveis, os amplos espaços ficaram vazios. Seriam então transformados em pequenos e escuros apartamentos — a única forma de garantir mais casas a preços acessíveis.
Julie, a protagonista, é interpretada por Eili Harboe (“Succession”), que colabora com os argumentistas Nora Landsrød e Kristian Kilde. Kerren Lumer-Klabbers é o realizador encarregue do projeto cuja inspiração é óbvia: a crise de habitação que se vive um pouco por todo o mundo.
Terão sido, aliás, as próprias dificuldades de Landsrød em encontrar casa que inspiraram esta sátira que procura expor as ansiedades, os medos e os traumas de uma geração instruída, capaz, mas que se vê frustrada no momento de lançar as bases do seu futuro — e de uma vida descansada com um bem essencial, um lar.
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