Dois Óscares e inúmeras polémicas. Tal como muitas outras estrelas de cinema, a vida de Elizabeth Taylor ficou marcada pela glória e pela controvérsia. A própria mergulha a fundo na carreira em “Elizabeth Taylor: The Lost Tapes”, que estreou este domingo, 4 de agosto, na Max.
O documentário foi feito, tal como o nome indica, recorrendo a gravações perdidas da atriz que morreu a 23 de março de 2011, aos 79 anos. A norte-americana falou com Richard Meryman, escritor e jornalista da revista “Life” que também foi o responsável pela última entrevista de Marilyn Monroe. O filme conta ainda com vídeos caseiros inéditos.
Os encontros com o jornalista decorreram ao longo de 1964, quando Taylor tinha 32 altos. O objetivo não era criar uma notícia para a “Life”, mas sim um livro biográfico. Quando este plano não se concretizou, as cassetes ficaram a ganhar pó no sótão de Meryman durante décadas. Foram descobertas em 2015, ano em que ele morreu, pela mulher.
O ano de 1964 foi um dos mais conturbados da vida de Elizabeth, visto que marcou o final do casamento com Eddie Fisher, o quarto marido, e em que começou a namorar Richard Burton, num relacionamento igualmente mediático.
Conheceram-se no set de “Cleopatra”, em 1961. “Nunca tinha visto um senhor tão ressacado na minha vida. Ele estava extremamente nervoso, mas também era muito querido. Isso fez com que eu me apaixonasse imediatamente. O meu coração ficou logo com ele”, diz.
Nanette Burstein, a realizadora do filme, afirma que no passado não faria este projeto devido a toda a perseguição que a atriz sofreu ao longo da vida. “Agora senti-me confortável porque os responsáveis pelo património dela queriam contar a história da sua vida. O fato do medo já não existe atualmente”, conta ao “USA Today”.
As conversas entre Taylor e Meryman eram sempre acompanhadas por cocktails, o que fazia com que a estrela do cinema se conseguisse soltar. “Não importa se era de manhã ou de noite. Havia sempre muito álcool a fluir”, diz Burstein. Quem comandava as entrevistas era sempre a atriz.
Além dos romances, foram abordados vários outros tópicos, nomeadamente os Óscares de 1960. Acredita que as controvérsias à volta do seu relacionamento com Eddie Fisher custaram-lhe a estatueta de Melhor Atriz em “Bruscamente no Verão Passado”. “Se eu tivesse sido uma boa menina, talvez conseguisse vencer”, confessa no documentário.
Acabaria por ganhar dois prémios da Academia no futuro. O primeiro foi-lhe dado graças à sua prestação em “BUtterfield 8”. Ela, contudo, não ficou exatamente contente com o galardão. Acredita que apenas o recebeu por pena, visto que em 1960 esteve próxima da morte devido a uma pneumonia.
“Tenho a certeza de que foi apenas por simpatia porque aquele filme é horrível. Odiei-o imenso. Pensei: ‘eles que se fodam’. Quase me obrigaram a fazê-lo com uma arma apontada à minha cabeça. É um pedaço de merda”, reforça. Em 1967 voltou a ganhar o Óscar de Melhor Atriz com o seu papel em “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?”.
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