Cassie e Nina eram melhores amigas. Duas jovens inteligentes, que frequentavam a faculdade de medicina. Tudo parecia correr bem até que um incidente marcou as suas vidas. Nina acusou um colega de a ter violado — e ninguém acreditou. Acabaria por ter um fim trágico e Cassie, traumatizada, parou no tempo.
Deixou o curso, manteve-se em casa dos pais, não procurou relações amorosas e contentou-se com um emprego banal num café. Mas nem tudo é o que parece. Ainda atormentada pelo destino da amiga, ao fim de semana, pela noite, Cassie transforma-se numa predadora em busca de retribuição, numa espécie de vingança contra todos os homens que violaram Nina — e que, na sua opinião, continuam a fazê-lo.
Não são os violadores violentos que pretende atingir, mas os ditos bons rapazes que se aproveitam das vulnerabilidades para infringir as regras, sempre com uma desculpa plausível que os possa ajudar a safarem-se. E, normalmente, safam-se.
A aparição surpreendente de um antigo colega desperta sentimentos que colocam em causa a vida de Cassie, que continua persistentemente à procura de ultrapassar o trauma da tragédia que vitimou a amiga.
É este o contexto de “Uma Miúda com Potencial”, filme de 2020 que chegou esta terça-feira, 19 de setembro, ao catálogo da Netflix. Não se trata de um filme qualquer.
Conquistou o Óscar para Melhor Argumento Original, logo na estreia da realizadora e argumentista Emerald Fennell. A produção combina elementos de um revenge movie, de uma comédia negra, e de um thriller. A protagonista, Carey Mulligan, dá um verdadeiro one woman show.
O filme fica também marcado por uma das cenas mais perturbadoras vistas nas salas de cinema nesse mesmo ano. Uma cena sobre a qual a NiT já falou, mas que vem acompanhada por um spoiler alert — a sério, não leia nada antes de ver o filme.
O elenco conta ainda com nomes como Bo Burnham, Alison Brie, Adam Brody, Clancy Brown e Jennifer Coolidge. Além do Óscar, a crítica desfez-se em elogios ao primeiro filme de Fennell — que este ano lançou “Saltburn”, a sua segunda longa-metragem.
“Um excelente e perturbador filme. Os que procuram uma catarse neste filme não a vão encontrar”, atira o “The Independent”. “Pode não ser subtil, mas é extremamente eficaz. O resultado é um filme visceralmente desconfortável, sobretudo para todos os que se acham ‘bons rapazes'”, conclui o “Financial Times”.
Carregue na galeria para conhecer as novas séries que chegam à televisão em setembro.