Ao fim de três décadas, Linda Napolitano continua a manter a versão do que lhe terá acontecido na noite de 30 de novembro de 1989. A norte-americana garante que foi raptada por três extraterrestres e levada para uma nave alienígena. Este não é um relato inédito, mas é um caso diferente. Tão diferente que, passado tanto tempo, ainda serve de combustível a investigações. A mais recente, em formato de documentário, chama-se “O Rapto Extraterrestre de Manhattan” e é a nova minissérie da Netflix que estreou a 2 de novembro. Atualmente, é uma das mais vistas em Portugal.
O que torna este rapto alienígena diferente dos outros? Desde logo, ao contrário do que é habitual, o incidente foi testemunhado por diversas pessoas que asseguram a veracidade do relato de Napolitano. E o documentário pretende não só percorrer as alegações da vítima, mas também examinar o impacto desta história e de todas as discussões que originou.
Além dos dois seguranças no local, a norte-americana foi vista por vários peões que estavam junto à Ponte de Brooklyn e que relatam ter visto uma figura feminina a levitar no céu, cercada por luzes. Um dos seguranças descreveu a cena como “sobrenatural” e testemunhou que viu a figura de uma mulher, com uma camisola branca, posteriormente identificada como sendo Linda Napolitano.
O caso começou a ser investigado por Budd Hopkins, conhecido entre a comunidade fascinada por raptos alienígenas, em meados de 1991. Ao longo de várias semanas, fez entrevistas extensas a Linda e recorreu também a sessões de hipnose para tentar recuperar detalhes que pudesse ter reprimido, como a operação a que os seres extra-terrestres a terão sujeitado.
Segundo Hopkins, Linda revelou, ainda sob hipnose, memórias detalhadas do incidente, incluindo a presença de um dispositivo estranho que foi inserido na sua cavidade nasal — e que acreditava ser um implante alienígena. Um raio-x realizado posteriormente mostrou que, de facto, havia um objeto incomum naquela zona e que desapareceu misteriosamente antes que pudesse ser removido para análise.
A série mergulha nas nuances deste caso controverso, contando não só com depoimentos da mulher, mas também análises de especialistas e céticos. David Nath e Peter Beard, os produtores, enfatizam que o propósito do documentário não é apenas contar a história. Querem também estimular o público a refletir sobre os limites da realidade e a possibilidade da existência de vida extraterrestre. “Este é um caso que divide opiniões. É fascinante graças à sua complexidade e aos desafios que apresenta à ciência e ao entendimento humano”, comentou Beard em entrevista à Netflix.
Como é típico nestas situações, a história de Linda não ficou isenta de críticas e suspeitas. Vários céticos continuam a argumentar que está repleta de inconsistências e de falta de provas concretas. As identidades das testemunhas oculares, por exemplo, nunca foram verificadas de forma independente, o que leva alguns a acreditar que possam ter sido falsificadas.
Além disso, o envolvimento de Hopkins, embora considerado uma figura respeitada entre os ovnilogistas, deu origem a controvérsia, sobretudo por já ter sido alvo de críticas pela falta de rigor nas suas investigações.
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