Irmã Madonna Buder ou “Iron Nun”. São estes o nome e alcunha da freira de 86 anos da comunidade Sisters for Christian Community, em Spokane, Washington, que já completou um total de 45 Iroman, uma modalidade de triatlo muito dura que junta distâncias ainda mais exigentes de provas de natação (3,8 quilómetros), maratona (42 quilómetros) e bicicleta (180 quilómetros).
Apesar da junção improvável entre a carreira de atleta e religiosa, e de este número já ser impressionante o suficiente, aquilo que é verdadeiramente surpreendente é o facto do primeiro Ironman ter sido feito quando ela já tinha 55 anos (1985) — e em 1992 e 1995, com 62 anos e 65 anos, respetivamente, venceu as provas de Ironman no Canadá e Havai, nas categorias 60 a 64 anos e 65 a 69 anos.
Anos mais tarde, em 2012, Madonna Buder (cujo nome verdadeiro é Marie Dorothy Buder) detém o recorde da mulher mais velha a ter completado esta prova — feito que lhe valeu um lugar no Hall of Fame de Triatlo Americano. Em 2009, correu a Maratona de Boston, já com 78 anos, tendo terminado a corrida em 4 horas e 42 minutos. Oito anos depois, em 2016, é protagonista de um anúncio da Nike (que está incrível), onde aparece a completar um Ironman.
Como se já não fosse suficiente — sem nenhum personal trailer ou tecnologia — a irmã é também uma atleta sénior olímpica: detém os recordes nas corridas de 1,6 quilómetros, cinco quilómetros, oito quilómetros, 800 metros, 1500 metros, 5000 metros e 10 mil metros.
“O meu braço direito já sofreu seis acidentes. É um mistério como ainda se aguenta”, relata no livro que publicou “The Grace to Race”.
Como é que uma irmã conjuga a vida desportiva com a vida religiosa? De acordo com o que relata no seu livro, este assunto levantou-lhe algumas dúvidas. Por isso, antes de entrar no mundo da competição, Madonna Buder consultou o seu bispo para discutirem sobre este “hobby pouco ortodoxo.” De acordo com o que conta no livro, a resposta dele foi: “Eu gostava que mais padres fizessem o que estás a fazer.”
“Seria provavelmente menos eficiente se estivesse sentada no convento, porque estou a ser confiada ao público, onde consigo influenciar pessoas através do meu exemplo”, explica, numa alusão à conjugação da vida religiosa e de atleta.
Madonna Buder sorri cada vez que atinge a meta de uma prova: “Chegar à meta de um Ironman é como chegar às portas do céus.”