Ao ver o nome, é possível que pense: “Ah, isto é mais uma daquelas máquinas para preguiçosos que fazem o exercício por nós”. Mas não. A antiginástica é uma aula de consciência corporal, onde o movimento nos leva a “viajar através do corpo”, como diz Rejane Benaduce, formadora da modalidade e licenciada em Educação Física, “descobrindo de forma subtil como se organizou, protegeu e adaptou o nosso corpo ao longo do tempo e criando uma ligação mais íntima connosco próprios.”
Como vantagens na prática desta modalidade estão a melhoria do tónus muscular e da mobilidade articular, a diminuição do stresse e de tensões musculares, o desenvolvimento da motricidade e da coordenação e uma preparação para atividades físicas de maior impacto, bem como para recuperação das mesmas.
A aula é num espaço tranquilo, com um chão cómodo e macio, uma espécie de alcatifa fofinha — afinal é deitado e sentado no chão que vai estar a maioria do tempo — sem espelhos e barulho à mistura. A aula é feita sem calçado, com roupa confortável, que permita liberdade de movimentos, e sem acessórios como relógios, óculos, pulseiras, tudo aquilo que possa criar um entrave ao movimento. A ideia é ter apenas um pequeno grupo de cerca de 10 pessoa, onde o que interessa é apenas a individualidade de cada um. Importam o corpo e mente.
Os movimentos não são em função de repetições, são sim indicados por um profissional, e “respeitam o corpo e a fisiologia de cada músculo” e são todos precisos e rigorosos, ativam vários músculos do corpo ao mesmo tempo e requerem concentração. Muitas vezes também são surpreendentes e criativos. Por exemplo: deitado, pode levantar apenas o mindinho do pé do lado esquerdo ou ao mesmo tempo que expira fundo levantar o braço, com as palmas da mão voltadas para o teto. Pode também haver acessórios.
“No começo, certos músculos que tenta movimentar parecem estranhos, e nem sabe como os acionar”, depois “o vocabulário muscular desenvolve-se” conta a formadora. No final de cada aula a sensação é de leveza e de paz e, claramente, com uma consciência corporal maior de cada detalhe do corpo.
As aulas funcionam em ciclos de dez sessões, por norma uma vez por semana, com o mesmo grupo, e duram 1h30.
Os conhecimentos adquiridos na Antiginástica podem ser utilizados de forma individual em casa, no ginásio, em qualquer lugar; seja por uma questão de terapia, quando há alguma dor no corpo que se pretende localizar, descomprimir e tratar; ou apenas como treino funcional, já que há uma ativação neuromuscular, ou de relaxamento, pelo bem-estar que proporciona.
A Antiginástica nasceu nos anos 70, pela mão da fisioterapeuta francesa Thérèse Bertherat, autora do bestseller “O corpo tem suas razões”. E, chega em Outubro a Portugal com as primeiras formações dadas por Rejane Benaduce, apaixonada pelo método de trabalho da modalidade desde os anos 80, quando foi para Paris para fazer formação na área, após ler o livro de Thérèse.
Este fim de semana, dia 8 e 9, vai poder fazer uma aula com Rejane Benaduce, na Academia Be One, em Lisboa, através de marcações para o email rejanebenaduce@nullgmail.com. Antes mesmo da modalidade chegar ao seu ginásio.