Vendem-se nas farmácias, nos supermercados, não necessitam de receita e têm muitas vezes um preço simpático. Tomar suplementos vitamínicos é algo que se faz sem se pensar muito nisso, basta sentirmo-nos mais fracos, adoentados ou indispostos, e achamos que esta é uma solução saudável que nos vai fazer sentir melhores e mais fortes. Mas será que precisamos mesmo de tomar esses suplementos? Não bastam as vitaminas naturais dos alimentos? Será que podemos substituir as vitaminas normais de um alimento por estes comprimidos? Para responder a estas questões a NiT falou com a nutricionista do Holmes Place, Alice Couto.
“Cerca de um terço da população não ingere as necessidades diárias de vitaminas”. E isto acontece, sobretudo, pelo “estilo de vida, caracterizado por uma má dieta alimentar, com alto valor calórico e baixo valor nutricional”, explica a nutricionista. Mas a questão dos suplementos versus vitaminas naturais é, de acordo com Alice Couto, um “assunto controverso”. Isto porque alguns especialistas defendem a suplementação e outros não.
Para Alice Couto, “o ideal é atender às necessidades vitamínicas de forma natural, sem recorrer a comprimidos, porque “a absorção dos nutrientes é sempre melhor quando vinda dos alimentos”.
“A dieta, quando equilibrada, oferece todas as vitaminas e minerais em doses adequadas.”
“A dieta, quando equilibrada, oferece todas as vitaminas e minerais em doses adequadas. O ideal é fazer refeições variadas, ricas em verduras, legumes, frutas, cereais, leite, ovo e carne”.
A complementação vitamina deverá sempre ser feita com recomendação de um médico ou nutricionista: “Só se deverá recorrer à suplementação com orientação de um nutricionista ou médico, depois de detetada alguma privação ou condição que o justifique. Algumas pessoas apresentam deficiências devido a situações especiais, como doenças, gravidez ou a idade.”
Ou seja, nem com suplementos vitamínicos nos devemos automedicar, porque podemos estar a “intoxicar o organismo”. “Até a vitamina C, em excesso, provoca uma diarreia com grande perda de líquidos e selênio”.
Para não ter de recorrer a suplementos, tenha em atenção que há alimentos que impedem uma absorção completa de vitaminas, como, por exemplo, o café. “Estudos mostram que alimentos como refrigerantes à base de cola, café, chá preto e outros ricos em cafeína, atrapalham a absorção de algumas vitaminas” e, por isso, o seu consumo deve ser moderado. Além do café, os corticóides, que são medicamentos anticonvulsivos e o álcool, afetam a absorção do cálcio, e por isso “reduzem a resposta à vitamina D”. As fibras “dificultam a absorção de vitaminas A,E e D” e o “tabaco dificulta o aproveitamento de algumas vitaminas, como a E.”
Por outro lado, há determinados grupos de pessoas para quem a suplementação vitamínica será, provavelmente, importante. Estes grupos são os vegetarianos, porque têm muitas restrições alimentares, e atletas: “Para atletas de alto rendimento e fanáticos do ginásio, na realidade pode ser necessário a reposição vitamínica e de sais minerais, mas sempre com orientação do médico ou nutricionista”, conta.
Conheça agoraos efeitos secundários provocados pelo consumo excessivo de vitaminas:
— Gases, diarreia, vómitos, dores de cabeça, confusão mental e rubor pelo excesso de vitamina B3;
— Diarreia forte, por exceso de vitamina B5;
— Formigueiro nas mãos e pés , redução da coordenação muscular e dificuldade para andar por mais de dois gramas de vitamina B6;
— Diarreia e distúrbios gastrointestinais, formação de cálculo renal e aumento da excreção de ácido úrico, por mais de três gramas de vitamina C;
— Náuseas, vómitos, pele seca, unhas frágeis, perda de cabelo, dor óssea, cefaleia, dores musculares, gengivite, fadiga e aumento do risco de infeções, por excesso de vitamina A;
— Deposito de cálcio em tecidos moles (rins, artérias, coração, ouvido e pulmões), enxaqueca, fraqueza, náusea, vómito e prisão de ventre por excesso de vitamina D.