Quando a oportunidade surge não é nada fácil resistir-lhes, independentemente da hora do dia. Pode ser de tarde no trabalho, logo pela manhã ao passar pela pastelaria do bairro ou até mesmo a meio da noite. Por isso, a única questão que importa é esta: qual é melhor altura do dia para nos atirarmos aos bolos e doces com o menor impacto possível na dieta?
A resposta rápida e evidente seria: depende. Se formos apenas contabilizar os valores calóricos, o que conta no final do dia são as calorias que ingerimos e se ultrapassámos, ou não, os nossos objetivos. Por isso, a hora que comemos alimentos açucarados seria irrelevante.
No entanto, se consumirmos à noite ou num período do dia em que estamos mais sedentários isso vai impactar a forma como o organismo sintetiza os ingredientes da guloseima. “Quando acontece numa fase em que estamos em repouso, o nosso metabolismo, por causa do ciclo circadiano, acaba por estar a trabalhar mais lentamente e a ingestão do doce terá um maior impacto. O corpo não vai conseguir utilizar toda a energia que este género de alimentos fornece.”, explica a nutricionista Sónia Marcelo.
Ou seja: nas primeiras e últimas horas do dia devemos mesmo fugir das guloseimas. “De manhã, não é especialmente recomendado porque o nosso organismo esteve em jejum durante algumas horas e não lhe devemos dar um shot de açúcar que eleva os níveis de glicémia, o que não é saudável”, refere Sónia Marcelo.
A nutricionista usa até uma metáfora para explicar o que os doces fazem ao nosso corpo neste período: “É quase como se estivéssemos a dormir e alguém nos acordasse com sirenes muito altas nos ouvidos. É um choque muito grande.”
Porém, se comermos a seguir ao almoço, os ingredientes acabam por degradar-se na digestão e dessa forma o organismo acaba por não absorver tudo. Existe ainda outro motivo para ceder ao pecado nesta altura do dia: “É que ainda vamos poder usar essa energia nas atividades que iremos fazer até irmos dormir”.
Porque é que temos uma vontade incontrolável de comer açúcar
Seja a que horas for, é comum sermos invadidos por um desejo de guloseimas que não conseguimos controlar. A explicação para isso é simples: de acordo com a especialista, estes alimentos açucarados provocam-nos uma sensação de prazer e de bem-estar.
“O sabor doce é inato e confere-nos uma sensação de prazer”, explica à NiT Bárbara de Almeida Araújo, nutricionista e autora do blogue “Manias de uma Dietista“.
Este prazer que sente depois de ingerir algo doce está relacionado com o facto de serem ativadas várias zonas do cérebro que, segundo a especialista, têm uma resposta semelhante à provocada pelo álcool ou por drogas.
A boa notícia é que há forma de controlar esta vontade e ver-se livre de vez destes desejos repentinos. Uma dica simples (e eficaz) para deixar de ingerir açúcar é fazer exercício. Ajuda a acelerar o metabolismo e a controlar os níveis de açúcar no sangue e, consequentemente, diminui a vontade de comer açúcar. Além disso, quando nos sentimos bem com o nosso corpo, acabamos por fazer escolhas alimentares mais saudáveis.
Dormir, pelo menos, oito horas é igualmente importante. Na verdade, “dormir poucas horas também aumenta os níveis de grelina — a hormona da fome — e diminui os níveis de leptina, a hormona que informa o hipotálamo que estamos saciados”. E quando estamos com fome, temos tendência para fazer escolhas menos saudáveis. Por isso, é melhor tentar sempre dormir as horas que o seu corpo efetivamente precisa.
Carregue na galeria para conhecer as cinco sugestões de doces para comer, de forma moderada, sem culpa e sem comprometer a dieta, segundo a nutricionista Sónia Marcelo.