Alimentação Saudável

Kelly Clarkson está (bem) mais magra. Há quem diga que voltou à “dieta da lectina”

A cantora lida com o excesso de peso há vários anos, um desafio agravado pelos problemas de tiroide e pela fome emocional.
O antes e depois da cantora.

“É talentosa, mas muito grande”. Os primeiros anos da carreira de Kelly Clarkson, após a vitória “American Idol” em 2002, foram marcados pelas críticas constantes à sua aparência. Os comentários acabaram por afetar a cantora — mais do que a própria quis admitir. Quando ganhou o concurso de talentos apresentava uma figura esguia, mas os problemas com o peso começaram pouco depois.

O aparecimento de uma doença autoimune dificultou o processo. Em 2006 a artista foi diagnosticada com hipotiroidismo, que teve impacto na regulação do metabolismo e levou-a a ganhar ainda mais peso. Nos últimos anos, a norte-americana parecia ter desistido e aceitado o corpo mais curvilíneo. Mas durante o espetáculo de inauguração das luzes de Natal no Rockefeller Center em que cantou o seu êxito “Underneath The Tree”, Kelly Clarkson surgiu envolvida num elegante casaco branco e visivelmente mais magra.

A também apresentadora do “The Kelly Clarkson Show” não se pronunciou sobre o método que utilizou para perder os cerca de 20 quilos. No entanto, uma fonte próxima da cantora de 41 anos revelou à “Hello”, que a artista “teve de aprender a lidar com a fome emocional”, após o conturbado divórcio de Brandon Blackstock, em 2021. “Cortou nos refrigerantes, nas batatas fritas, nas bolachas, no queijo e nas tortilhas. E acrescentou exercício, principalmente cardio, à sua rotina de treino semanal.”

Kelly terá voltado a seguir a dieta que já havia feito em 2018 e que a ajudou a perder algum peso. O regime foi criado pelo cardiologista e cirurgião cardíaco norte-americano, Steven Gundry e defende que lectina, uma proteína vegetal, é a pior inimiga de quem quer emagrecer.

A “dieta da lectina” tornou-se popular entre as celebridades, após o médico ter lançado o livro “Plant Paradox”, em 2017. Porém, o plano alimentar não é propriamente fácil de seguir, uma vez que a tal “substância proibida” entra na composição de inúmeros alimentos considerados saudáveis.

“Li o livro e acredito que pode não funcionar para todos, mas comigo funcionou maravilhosamente. O resultado que mais me agradou nem foi a perda de peso — quer dizer, sei que a indústria adora quilos a menos —, mas o facto de ter deixado de tomar medicação para controlar a doença é mais importante para mim”, revelou a cantora no “Today Show”, em 2018.

A dieta em que não se pode comer quase nada

As lectinas fazem parte da composição de vários alimentos de origem vegetal: tratam-se de “proteínas não imunes que se ligam aos açúcares”. Por outras palavras, segundo a nutricionista Bárbara de Almeida Araújo, são substâncias que funcionam como “meio de defesa das plantas contra o ataque de predadores e algumas delas podem ser tóxicas”.

“O nosso organismo não as digere e o seu consumo frequente pode causar permeabilidade intestinal. Além disso, de acordo com Steven Gundry, podem provocar reações inflamatórias que podem levar ao aumento de peso, doenças autoimunes e outros problemas de saúde”, explica a especialista em nutrição à NiT.

A dieta é bastante restritiva e a lista de alimentos proibidos é bastante extensa: inclui produtos refinados, açúcar, edulcorantes, leguminosas (sobretudo a soja, o feijão, a ervilha e a lentilha), bagas de goji, amendoim, caju e grãos, todos os cereais (trigo incluído), tomate, beringela, curgete, melão, batata, pimento e sementes (chia, abóbora e girassol).

Então, afinal, o que se pode comer? “Fruta da época, vegetais de folhas verdes, brócolos, couves, couve-flor, espargos, rabanete e gorduras boas (abacate, azeite, óleo de sésamo e óleo de coco) são alguns dos alimentos que deve privilegiar. Avelãs, nozes, pistácios, castanhas, farinha de coco e de amêndoa, millet, ovos ricos em ómega 3, carne de vaca alimentada em pastos, peixe e marisco, aves e leite apenas de origem europeia são alguns dos alimentos recomendados”, explica a nutricionista à NiT.

Kelly Clarkson preferiu trocar as farinhas por tapioca, por exemplo, e deixou qualquer processado de lado. Porém, a cantora destaca a reeducação alimentar como a principal responsável pela mudança. “É como perceber aquilo que comemos e os processos pelos quais a comida passa até chegar ao nosso prato, como a pulverização com pesticidas, ou alimentos geneticamente modificados. É também como os fármacos podem arruinar o nosso organismo, a nossa flora intestinal. É também por isso que evito tomar medicação, só o faço se for absolutamente necessário”, referiu a artista.

A par da alimentação cuidada, aposta também no exercício. Embora não o faça com muita vontade, como já admitiu várias vezes, esforça-se para se “arrastar até ao ginásio”. Para se manter motivada, muda a rotina de treino com frequência e opta por modalidades mais enérgicas, como o kickboxing. E, em 2023, mudou-se para Nova Iorque e adotou novos hábitos que ajudaram neste processo.

“Uma das consequências mais emocionantes [desta mudança] foram as caminhadas”, explicou Kelly sobre a sua nova rotina. “Em Los Angeles pegava no carro para tudo. No Texas, igual. Em Nova Iorque ando a pé”, acrescentou.

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