Alimentação Saudável

Cuidado. O marisco mais consumido em Portugal pode ser tóxico

É um dos petiscos favoritos do verão, mas é preciso ter atenção aos riscos associados ao consumo deste crustáceo.

O camarão é um dos mariscos favoritos dos portugueses. Seja como entrada ou prato principal, — envolvido num delicioso arroz, por exemplo, — é consumido tanto no verão como no inverno. Se é daqueles para quem um final de tarde incrível envolve um prato deste marisco, numa esplanada com amigos e acompanhado por uma cerveja, bem, trazemos más notícias.

Embora existam várias vantagens nutricionais associadas ao consumo deste crustáceo, existem alguns aspetos que devem ser tidos em consideração.

“Primeiro de tudo é essencial garantir que o camarão consumido é fresco e de boa qualidade”, alerta a nutricionista Lia Faria. Segundo a especialista em nutrição, os camarões devem ter um aspeto brilhante, olhos pretos e um cheiro fresco a maresia. “Além disso, devem sempre ser bem confecionados”, acrescenta.

Por que é que tão importante este passo? O consumo de camarões em mau estado de conservação ou mal confecionados pode resultar no desenvolvimento de intoxicações alimentares. “Grupos de risco como crianças, idosos, grávidas e pessoas imunodeprimidas devem ter um cuidado acrescido, uma vez que podem ser mais suscetíveis a este tipo de problemas”, diz à NiT a nutricionista.

Mas não são os únicos riscos. O camarão deve também ser evitado por quem sofre de hiperuricemia, ou seja, quem tem o ácido úrico em circulação elevado. “O ácido úrico resulta do metabolismo das purinas, um composto presente em alimentos ricos em proteína como o camarão. Esta patologia para além de aumentar o risco cardiovascular pode ainda contribuir para o desenvolvimento de gota e pedras renais.”

Quanto à questão do colesterol, Lia Faria admite que não se trata de um mito. “Apesar de rico em colesterol, o camarão tem níveis de gordura saturada extremamente baixos, cerca de 0,2 gramas por cada 100, de camarão cozido, e não apresenta qualquer tipo de gordura trans. Mais do que o próprio colesterol presente nos alimentos, estes tipos de gorduras são umas das principais responsáveis pelo aumento de colesterol em circulação e estão associadas a um maior risco cardiovascular. Assim sendo, não há motivos para pessoas com colesterol elevado evitarem completamente o consumo de camarão e outro marisco.”, diz.

Porém, nem tudo é mau. A nutricionista esclarece que este marisco, muito versátil, tem também vários benefícios para a saúde. Um dos principais e que o torna ideal para incluir em dietas, é o facto de ser “uma ótima fonte de proteína magra”.

Por 100 gramas apresenta cerca 92 calorias, 20,2 gramas de proteína, menos de um grama de hidratos de carbono e menos de dois gramas de gordura. “Para além, tal como o restante marisco, são ótimos fornecedores de vitamina B12, ferro, selénio e cálcio”, sublinha Lia Faria.

O selénio desempenha um papel importante na função da tiroide. E ajuda a combater partículas danificadas, denominadas radicais livres, que afetam as membranas das células e do ADN, levando a um envelhecimento precoce e a doenças diversas. “Outro antioxidante presente no camarão é a astaxantina, um carotenoide que ao contrário dos restantes não se converte em vitamina A (substância que pode ser tóxica para o corpo humano)”. Este antioxidante é o pigmento que dá o tom salmão tão característica ao camarão e possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.

Pode ser consumido frio ou quente, em cru ou cozinhado, apenas o miolo ou na sua totalidade. É uma ótima opção para incluir em saladas, sopas, caldos ou cremes e também em diversos pratos principais.

Dada a grande versatilidade, é a estrela de muitos pratos portugueses. Se gosta deste marisco e gostava de descobrir novas formas de o cozinhar, carregue na galeria e conheça algumas receitas saudáveis e fáceis de replicar — mas atenção ao consumo do camarão.

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