A frase “somos o que comemos” proferida por Hipócrates, considerado o pai da medicina há mais de 2500 anos, continua perfeitamente atual e adequada à realidade. As escolhas alimentares que fazemos são o reflexo do nosso estado de saúde, tanto a nível físico como mental, pelo que manter uma alimentação saudável é vital para uma boa saúde.
No caso de Donald Trump, reeleito a 6 de novembro presidente dos Estados Unidos, a sua dieta não será um bom exemplo a seguir. Apesar do exame físico que foi obrigado a fazer durante o primeiro mandato, em 2018, no qual o médico da Casa Branca o descreveu como estando em “excelente saúde”, está no limiar da obesidade.
Com uma figura alta e imponente, Trump mede 1,90 metros e tem registado flutuações no seu peso ao longo dos anos, entre 113 e 118 quilos, o reflexo de uma dieta à base de fast food e refeições ricas em calorias. É fã confesso de cadeias como a McDonald’s, Burger King ou KFC, pois acredita que “são mais seguras”, devido aos rigorosos padrões de controlo de qualidade.
Mas, afinal, o que come ao longo do dia?
Pequeno-almoço
Apesar de ser considerada uma das refeições mais importantes para começar o dia com energia e vitalidade, Trump prefere não comer de manhã. Em 2016, numa entrevista à Fox News, revelou: “Se puder, evito o pequeno-almoço com muito gosto. Almoço, mas a minha grande preocupação é o jantar”.
Ainda assim, quando quebra o jejum matinal, opta por cereais ou um McMuffin do McDonald’s, embora não sejam as escolhas que mais aprecia. “O meu pequeno-almoço favorito é bacon e ovos… bacon médio e ovos muito bem passados.”
Almoço
No livro “Let Trump Be Trump”, escrito por Corey Lewandowski, o seu antigo diretor de campanha explica como Trump chegou à presidência dos Estados Unidos e revela detalhes sobre os seus hábitos alimentares. O autor afirma que “o presidente passava normalmente 14 a 16 horas sem comer” e é fã de rolo de carne. Em 2005, Trump e a mulher, Melania, foram ao programa de Martha Stewart, onde prepararam um dos seus pratos preferidos: sandes de rolo de carne.
Já experimentar novos sabores não faz parte dos seus hábitos. Quando faz refeições no Jean-Georges, o restaurante com três estrelas Michelin instalado na Trump International Tower, em Nova Iorque, faz questão de fazer um pedido personalizado, em vez de arriscar experimentar algum prato criativo do restaurante.
Jantar
Tendo em conta que passa o dia quase sem comer, é natural que Trump chegue ao jantar com apetite. E nunca escondeu a sua preferência por fast food e pelos níveis de segurança que acredita serem praticados pelas grandes cadeias americanas. “Um mau hambúrguer pode destruir o McDonald’s”, referiu à CNN. “Gosto de limpeza e acho que é melhor ir a um sítio desses do que a um onde não se sabe de onde vem a comida.”
O seu pedido preferido inclui dois Big Macs, duas sandes Filet-O-Fish e um batido de chocolate, num total de 2.430 calorias. Trump gosta tanto deste tipo de comida que, de acordo com informação revelada por um antigo guarda-costas, terá pedido aos cozinheiros da Casa Branca para recriarem alguns dos pratos das cadeias de fast food, com ketchup extra e sem pickles. No entanto, após várias tentativas, nunca conseguiram igualar os originais.
Trump também não resiste a uma boa pizza, apesar de dispensar a côdea, e, quando não está a comer hambúrgueres, é apreciador de carne bem-passada, com ketchup, claro. Um empregado de mesa que serviu Trump no BLT Steakhouse confessou que este pediu “um bife bem-passado. Comeu-o com ketchup, como sempre faz. Também foram servidos três cocktails de camarão jumbo antes da refeição”.
Menu especial na Casa Branca
Durante o seu primeiro mandato na Casa Branca, o novo presidente dos Estados Unidos tinha um padrão alimentar, no mínimo, peculiar. “Trump gosta que lhe sirvam comida ligeiramente diferente da dos seus convidados. Por exemplo, quando é servido vinagrete cremoso na salada, ele prefere molho Thousand Island. Quando servem frango, é o único a receber molho extra. Já para a sobremesa, Trump é servido com duas bolas de gelado de baunilha com uma fatia de tarte de chocolate, quando todos os outros recebem apenas uma”, descreve a revista “Time”.
A ausência de fruta e legumes na dieta de Trump levantou preocupações junto dos clínicos que o acompanham, que tentaram incluir alimentos saudáveis, mas às escondidas. “Começámos a tentar acrescentar couve-flor ao puré de batata”, confessou o seu antigo médico, Ronny Jackson, em 2018.
No frigorífico da Casa Branca havia sempre Coca-Cola Diet, a sua bebida preferida, e consta que chega a beber 12 latas por dia. Não toca em álcool devido à longa batalha que o seu irmão travou com o alcoolismo. Fred Trump morreu em 1981, aos 43 anos, quando Donald tinha 35, e terá aconselhado o irmão a não beber.