Neymar tem sido um dos nomes mais falados nas últimas semanas. O futebolista assinou um contrato milionário para trocar Paris pela Arábia Saudita. O brasileiro vai jogar pelo Al-Hilal, equipa treinada por Jorge Jesus, e não poupou nas exigências.
Além do principesco ordenado que ronda os 160 milhões anuais, pediu uma frota de carros de luxo (para si e para a comitiva que o acompanha); um motorista disponível 24 horas, todos os dias do ano; uma mansão com 25 quartos; um jato privado; um sous-chef para ajudar o seu cozinheiro pessoal — e muito açaí.
O atleta brasileiro foi muito específico relativamente a esta última exigência: quer lhe encham o frigorífico com esta fruta diariamente. Quem acompanha o percurso do jogador sabe que se trata de um dos alimentos preferidos de Neymar. O próprio não se cansa de o repetir nas redes sociais. “Não há nada melhor do que uma taça de açaí por dia“, escreveu em 2010 no Twitter, por exemplo.
A fruta favorita do futebolista nasce numa palmeira na floresta amazónica e sempre foi um dos principais alimentos dos nativos dessa região. Porém, desde a década de 90, quando as bagas arroxeadas começaram a ser transformadas em polpa de forma industrial, o envio para todo o Brasil disparou. Mais tarde, nos anos 2000, os produtores começaram a enviar para o resto do mundo e desde aí que nunca mais pararam.
Atualmente, as exportações de açaí representam 15 por cento do tal anual do país. Em 2020, este valor representou o envio de 200 toneladas de açaí para o estrangeiro, incluindo Portugal, claro.
Elogiado pelas propriedades e considerado um superalimento, o açaí passou a fazer parte da dieta de muitos portugueses. A prova está na constante abertura de lojas com produtos exclusivos feitos a partir desta fruta exótica. Mas afinal o que justifica esta loucura pelos produtos feitos a partir das bagas de cor arroxeada?
Os benefícios para a saúde
Um dos grandes trunfos do açaí é o facto de ser rico em compostos fenólicos, como as antocianinas e polifenóis e flavonoides, que são poderosos antioxidantes. “Estes são essenciais no combate aos radicais livres, substâncias com a capacidade de causar dano celular e alterações ao ADN. Desta forma, ajuda a prevenir o envelhecimento celular e os danos oxidativos, que podem levar ao aparecimento de doenças crónicas como a diabetes”, explica a nutricionista Lia Faria à NiT.
Este fruto tem efeitos benéficos como a diminuição do colesterol total e aumentando os níveis de HDL, as poproteínas que garantem o transporte do colesterol no corpo e, por isso, conhecido colesterol bom. Portanto, é uma boa opção para quem sofre deste problema.

A especialista em nutrição realça ainda que é capaz de combater a inflamação, porque tem “capacidades anti-inflamatórias”. “Relativamente aos micronutrientes, as bagas são ricas em vitaminas A, C, E, B1, fósforo e ferro”, acrescenta.
Outra das características que tornam o açaí tão apetecível, é que a polpa pode ser consumida como sobremesa. É pouco calórico e baixo em hidratos de carbono. “Uma porção com 100 gramas de puré de açaí apresenta cerca de 60 calorias, duas gramas de proteína, cinco de gordura e cinco de hidratos de carbono”, salienta a nutricionista.
Isto significa que é um bom aliado para quem procura um estilo de vida saudável, ou está em processo de perda de peso. A mesma quantidade tem ainda 2,6 gramas de fibra, o que significa que também pode dar uma ajuda no trânsito intestinal.
O único problema é o preço
Primeiro, deve saber que, como as bagas frescas duram pouco tempo e, por isso, são normalmente esmagadas e transformadas em polpa, pó ou sumo antes de serem exportadas. E é nestas formas que pode encontrar à venda nos supermercados nacionais.
Em qualquer loja especialista neste fruto, uma taça de açaí gelado simples custa, no mínimo, 5€. Em hipermercados, como o Continente, por exemplo, consegue comprar uma embalagem de 500 mililitros por 6,59€. Em pó, uma embalagem de 100 gramas custa cerca de 17,99€ enquanto um litro de sumo pode custar cerca de 3,65€. A polpa, acaba por ser a forma mais económica de consumir açaí — 100 gramas custa 1,65€.
Os preços exorbitantes refletem a origem distante. Como nasce apenas nas regiões amazónicas do norte do Brasil e tem de ser transportado em condições específicas, representa um maior custo para os produtores.

Agora, a grande dúvida: como comer açaí? “O sumo (se não for filtrado) é rico em antioxidantes. Contudo, contém pouca fibra e muito açúcar. O pó é a forma que apresenta maior concentração de nutrientes e pode ser misturado em batidos, à massa das panquecas, bolos ou outros preparados. Já em polpa é talvez a forma mais prática e saborosa de desfrutar do açaí, podendo-se usar para fazer batidos, misturar no iogurte e fazer gelados, por exemplo”, sugere Bárbara de Almeida Araújo.
Mais uma dica: quando comprar polpa congelada lembre-se de ler o rótulo e certifique-se de que está a comprar uma polpa 100 por cento de fruta. É que algumas marcas contêm aditivos como, por exemplo, xarope de guaraná, o que faz com que o teor de açúcares aumente bastante.
Nos dias de claro, não há nada como comer um gelado para refrescar. Com a ajuda da nutricionista Mafalda Rodrigues de Almeida, a NiT dá-lhe a conhecer seis receitas saudáveis e fáceis de preparar — carregue na galeria para as descobrir.