“O açúcar é o veneno do século XXI e um dos maiores vícios da atualidade.” A afirmação tão radical como assustadora é da Organização Mundial da Saúde — e todos devíamos estar alerta. Os grãos brancos, com o poder de tornar tudo mais doce, cria dependência e está associado a muitas doenças. Muitas vezes arriscamos comer um doce ou uma sobremesa, com a consciência que devemos fazê-lo com moderação. Porém, o verdadeiro problema, não são estes “pecados da gula”, mas sim os alimentos que escondem açúcar e dos quais nem suspeitamos. Contas feitas, a quantidade deste “veneno” que ingerimos diariamente é muito maior do que pensamos.
A verdade é que este ingrediente é omnipresente e, infelizmente, está em todo o lado, mesmo que se mascare de xarope e caldo, para disfarçar. Quando lê a palavra frutose ou sacarose no rótulo das bolachas favoritas, ou da compota que tanto aprecia e se convence que pode consumir à vontade porque não têm açúcar, está a enganar-se.
É, por isso, importante estar informado sobre as opções que faz na hora de ir às compras. “O açúcar escondido está presente em alimentos industrializados e processados e nem sempre é fácil de identificar”, explica à NiT a nutricionista Lia Faria.
No caso dos molhos, por exemplo, a maioria que os restaurantes oferecem para acompanharmos as refeições, não são as melhores opções em termos nutricionais. O ketchup, por exemplo, começou por ser feito apenas com tomate triturado, mas algures no tempo os norte-americanos resolveram adiciona-lhe uma dose generosa de açúcar. Atualmente, leva também sal, vinagre, algumas especiarias e aditivos.
Já a maionese, deveria levar apenas azeite, ovos e sal. Agora a gordura principal, que se vem juntar à “maltodextrina, que apesar de não ser considerada um açúcar de adição, é um polímero de glicose” e aditivos é o óleo. O mesmo acontece com a mostrada.
“Este tipo de produtos são muitas vezes associados a elevados teores de gordura e sal, no entanto, esse não é o único problema. A maioria das opções disponíveis no mercado têm ainda adição de açúcar, para combater a acidez e a intensificar o sabor”, refere a especialista em nutrição.
As cadeias de fast food, por exemplo, oferecem este tipo de molhos porque intensificam o sabor das batatas fritas, que por si só já são viciantes, o que faz com que seja quase impossível parar de as comer — mesmo quando estamos cheios. E o grande problema é que não medimos as quantidades que utilizámos. Resultado: acabámos a comer mais açúcar do que se tivéssemos aberto um pacote de bolachas de chocolate.
Lia Faria deixa alguns conselhos para quem não consegue resistir a estes molhos. “Moderação é a palavra-chave. Quer seja na frequência de consumo, quer na porção utilizada.” Uma colher de café cheia é o suficiente. Deve também dar preferência aos que possuem lista de ingredientes mais simples e teores de açúcar e gordura mais baixos.
A NiT pediu à nutricionista para que nos ensinasse a descobrir os açúcares que se escondem nestes molhos. Lia Faria escolheu três exemplos de ketchup, maionese e mostrada, de marcas distintas, mas que encontra em qualquer supermercado português, para exemplificar. São elas a Calvé, Heinz e Paladin.
Carregue na galeria para conhecer todas as formas como o açúcar se esconde nestas fórmulas — é capaz de ficar surpreendido.
