Alimentação Saudável

Uns amam, outros odeiam. O legume que impede a absorção dos exageros do Natal e Ano Novo

O sabor não é consensual, mas é um aliado de peso na luta contra a gordura e os açucares em excesso próprios desta época.
É um legume pouco consensual.

Entre a grande variedade de legumes que os portugueses podem encontrar nos supermercados, há um que não gera grande discórdia. Se há quem discuta pela cenoura, ou couve-flor, quando se trata da couve de Bruxelas, não há quem a defenda. Ora dizem que tem uma sabor acre e picante, ou defendem odiá-la por ser azeda.

É verdade que não tem muitos fãs, mas, para a nutricionista Helena Cid, é a melhor aliada para esta semana de excessos (e não só). Conhecida pelo seu sabor forte, o que muitos não sabem é que a couve de Bruxelas tem inúmeros benefícios para a saúde.

Cultivada em climas temperados e húmidos, esta planta bienal é rica em propriedades antioxidantes e em sais minerais como o fósforo, ferro e potássio. “É um tudo em um”, diz-nos a especialista da HeartGenetics. Se as primeiras protegem as células de agentes cancerígenos e de danos no ADN, os segundos ajudam a controlar a frequência cardíaca e a pressão arterial. “Perfeito para esta época em que ingerimos muita gordura e açucares”, continua.

Há, porém, mais razões que o devem levar a consumir couve de Bruxelas com frequência. Abundante em vitamina A, é excelente para tonificar a pele e a retardar o envelhecimento, além de ser benéfica, também, para a saúde dos olhos. Adicionalmente, tem poucas calorias, sendo um alimento aconselhado para quem quer seguir uma dieta de emagrecimento.

E como não se fica por aqui, este alimento odiado por tantos ajuda ainda a regular o trânsito intestinal, a manter a sensação de saciedade por mais tempo e a prevenir doenças como a diabetes, já que apresenta mais de duas gramas de fibra em 100. “Esta característica é muito importante para o organismo já que também é a fibra que contribui para que haja uma menor absorção de gordura e de açucares” — lá está, ideal para esta semana.

Por conter Ómega-3, o legume é essencial para retardar o declínio cognitivo e para combater a depressão e ansiedade. Tem também vários nutrientes e vitaminas, como o ácido fólico (vitamina B9), essencial para a memória e melhoria da função cognitiva. “E se consumido enquanto acompanhamento de carne ou de peixe, melhor ainda”, acrescenta. Rico em vitamina C, vai potenciar a absorção de ferro e nutrientes presentes nesses alimentos.

Da lista de benefícios destaca-se também a grande percentagem de vitamina K, que ajuda a manter a densidade óssea e a prevenir fraturas ósseas em doentes com osteoporose. É mesmo caso para se dizer que tem mesmo tudo.

Esqueça porém aquela ideia de obrigar os miúdos a comê-la. “Não é por ser antibacteriana, antiviral e anti-inflamatória, que deve impô-la no prato”, começa por dizer a nutricionista. “Isso só vai fazer com que ganhem aversão ao legume e criem uma espécie de anticorpos contra ele”. A solução, para Helena Cid passa por mascará-lo.

Cortar ao bocados, juntá-lo a outros alimentos — “como a cenoura que lhe vai dar um toque doce” —, ou mesmo a estufados ou pratos de forno serão bons truques. Usá-lo para purés ou sopas, também. “O importante é comê-lo”, reforça. E não se preocupe em exceder a dose. “Acho que isso será difícil, porque nem todos conseguem comer 400 gramas de couve de Bruxelas, mas se acontecer não vejo qualquer problema. Só há benefícios”, assegura.

Não é por acaso, portanto, que Helena recomende frequentemente o seu consumo — ainda que nem sempre seja bem aceite. Pequeno em tamanho, mas grande em vantagens, o seu efeito vai ser enorme no organismo. E não é o único vegetal capaz disso.

De modo a manter uma dieta nutritiva e equilibrada, a couve de Bruxelas é apenas um dos muitos alimentos que deve incluir regularmente nas suas refeições. A batata, por exemplo, é útil para quem pretende eliminar o açúcar do sangue de forma natural e saudável. Já o alho francês pode ser um importante aliado para os que desejam preservar uma aparência mais jovem e cuidada.

Caso o problema sejam as digestões difíceis, aposte nas ervilhas. Se for o sono que lhe causa dores de cabeça, os kiwis e as cerejas talvez ajudem. O pêssego, por seu lado, é um importante cúmplice na luta contra a prisão de ventre.

Segundo a nutricionista, os portugueses deveriam apostar mais nos vegetais e ensinar os miúdos a comê-los. “O que sugiro sempre é que sejam os primeiros a ser servidos no prato”, conclui.

Carregue na galeria para descobrir algumas receitas que lhe permitem usufruir dos benefícios nutricionais destes alimentos de forma saborosa.

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