As dores de cabeça crónicas e enxaquecas são afetam muitos homens e mulheres portuguesas. No passado, a tendência era dar pouca importância a estes sintomas muito comuns, mas atualmente existe um consenso generalizado de que podem ser realmente incapacitantes e extremamente dolorosas.
Normalmente são dores fortes — normalmente sentidas num dos lados da cabeça — que podem ser agravadas pela luz e o pelo barulho, e chegam mesmo a causar náuseas e até vómitos, em casos extremos. A dor pode durar apenas umas horas ou, em alguns casos, vários dias.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as enxaquecas surgem como uma das causas mais comuns de incapacidade: durante uma crise, 90 por cento das pessoas são obrigadas a adiar as suas tarefas domésticas, três quartos ficam incapacitadas de trabalhar durante um determinado período de tempo, e metade perde um dia completo de trabalho.
As causas que podem estar na origem destas dores de cabeça crónicas são várias. Muitas vezes devem-se a um conjunto de fatores. Alterações hormonais (como a menstruação), alterações do sono, stress, exposição solar ou a certos ruídos, jejum e/ou hipoglicémia, esforço físico e também consumo de alguns alimentos ou bebidas podem desencadear uma crise.
A nutricionista Mariana Abecassis explica à NiT que “a alimentação, apesar de não ter o poder de aniquilar as enxaquecas, pode desempenhar um papel importante na prevenção ou controlo das dores, quer através da restrição de alguns alimentos (chamados desencadeantes), como através da inclusão de outros, que podem ajudar a evitar o aparecimento dos sintomas”.
Alimentação e enxaquecas
Vários estudos científicos comprovam a correlação entre a alimentação e as enxaquecas, principalmente no que diz respeito à concentração de histamina que, quando se encontra em excesso, pode potenciar os efeitos das dores de cabeça.
“A histamina está presente em vários tecidos do corpo. É uma molécula mediadora de vários processos biológicos essenciais à vida e pode ser produzida pelo organismo ou obtida através dos alimentos”, pode ler-se na descrição dos laboratórios Synlab, especialistas na área.
Esta encontra-se fundamentalmente em alimentos que sofrem fermentação: queijos maturados, vinho, derivados da soja; ou alimentos que sofreram proteólise durante o processamento: peixes em conserva como o atum, as sardinhas, chocolate, enchidos e frutos oleaginosos. Os citrinos contêm quantidades baixas de histamina, mas conseguem interagir com os mastócitos, fazendo com que estes libertem o seu conteúdo de histamina.
Além de excluir estes alimentos que podem potenciar as enxaquecas, existem outros hábitos que podem ser adotados para atenuar os sintomas. Carregue na galeria para conhecer os conselhos da nutricionista Mariana Abecassis.