Se calhar, já os viu na secção da fruta no supermercado e pensou se tratavam de tomates ainda bem verdes. Porém, é possível que se tenha enganado — provavelmente eram kumatos. Os dois frutos são, de facto, muito semelhantes. Em termos mais prosaicos: se fossem parentes seriam primos.
O kumato, ao contrário do tomate, nasceu em Espanha, mais precisamente em Almería (na província da Andaluzia). A história remonta à década de 70, quando o filho de um agricultor reparou que as sementes do tomate comum que haviam sido colocadas numa das extremidades da estufa, germinaram de uma forma diferente. Foram semeadas e na altura colheita percebeu que tinham dado origem a frutos diferentes, com uma tonalidade mais escura e uma textura mais firme.
Nas áreas das estufas onde foram encontradas as sementes, normalmente, têm mais ventilação, maior variação de temperatura e mais stress hídrico, condições que poderiam justificar a mutação. Devido às características diferenciadas dos novos frutos, os agricultores decidiram começar a cultivá-los. A experiência correu bem e não demoraram a chegar ao mercado.
Os tomates cor de chocolate foram bem recebidos pelos consumidores espanhóis e começaram a despertar cada vez mais interesse. E isso levou a que empresa suíça de sementes Syngenta, o patenteasse cruzando a plantação espanhola original com outras variedades. A investigação durou vários anos, até que as características de textura, aparência, sabor e boa adaptação a solos salinos fossem alcançados. Em 2003, começou a ser comercializado no Reino Unido, e no ano seguinte, a exportação foi alargada aos restantes países europeus.
Atualmente, a produção de kumato está maioritamente centrada nas zonas agrícolas de Múrcia, Almeria e Granada (em Espanha). E, apesar de já terem surgido há vários anos, só nos últimos meses começaram a aparecer em maior quantidade nos supermercados portugueses.
Os kumatos têm uma característica distintiva que os impedem de serem confundidos com outras variedades de tomates: à primeira vista, parecem pretos. “A cor peculiar deve-se à antocianina, um corante natural responsável pela regeneração celular e um poderoso aliado do rejuvenescimento da pele”, explica a nutricoach Sónia Marcelo à NiT.
De um ponto de vista gastronómico, é considerado um vegetal gourmet (embora seja um fruto, como o tomate) devido à sua suculência e ao sabor intenso e levemente adocicado.
Kumato Vs. Tomate: qual o melhor?
Muito comum no País, o tomate é um dos frutos que mais motivos reúne para que o incluamos na nossa rotina alimentar. Para começar, é rico em licopeno — um antioxidante que nos protege dos radicais livres presentes nas células. E mais: quando aquecido, é libertado em maior quantidade. O tomate também contém alto teor de vitamina C, potássio, fibra e folato. O seu consumo está associado a uma redução do risco de desenvolver cancro, nomeadamente da próstata e de doenças cardíacas.
“E ajuda a combater o envelhecimento muscular e a manter a saúde da pele, cabelo e ossos”, acrescenta a nutricionista. No que diz respeito ao aporte calórico, 100 gramas de tomate significam apenas cerca de 18 calorias. Pouco calórico e rico em água é um dos maiores aliados de quem está em processo de perda de peso.
O kumato reúne os mesmo benefícios, mas com a particularidade, como observa Sónia Marcelo, de ser ainda mais rico em licopeno e antocianinas. Além disso, tem apenas “um maior teor de açúcar”. Por 100 gramas, o kumato tem 21 calorias, 0,3 gramas de gordura e cerca de 5 gramas de hidratos de carbono. Tal como o tomate é rico em vitamina C, potássio, fibra e folato. Ambos têm percentagens de água que rondam os 95 por cento. Ou seja, pode experimentar trocá-lo pela variedade mais comum, de forma a trazer novos sabores aos pratos que costuma confecionar e com os mesmos benefícios nutricionais. Tal como o tomate, o kumato é muito versátil e pode ser utilizado em muitas receitas diferentes.
Carregue na galeria para descobrir algumas opções de refeições fáceis e rápidas em que pode substituir o fruto mais comum por esta variedade mais escura e mais doce.